Economia
Fitch mantém nota de crédito do Brasil; entenda
Agência de classificação de risco.
A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito do Brasil em BB, duas classificações abaixo do grau de investimento, com perspectiva estável, sugerindo que a avaliação do país permanecerá inalterada nos próximos meses.
A última revisão positiva da nota do Brasil pela Fitch ocorreu em julho do ano passado, quando a classificação foi elevada de BB- para BB. Em dezembro, a agência manteve tanto a nota quanto a perspectiva.
A Fitch apontou alguns fatores positivos para a manutenção da nota: a diversificação da economia brasileira, a alta renda per capita, as finanças externas fortes, a resiliência a choques e a baixa parcela da dívida em moeda estrangeira. No entanto, a agência fez advertências. Segundo seu comunicado, a classificação é limitada pelo fraco crescimento potencial da economia, a rigidez no orçamento governamental e a crescente e elevada dívida pública.
Nota de crédito do Brasil
A Fitch recomendou a continuidade das reformas nas despesas obrigatórias para reduzir o déficit público, mesmo após a aprovação do novo arcabouço fiscal.
“As perspectivas incertas de redução de grandes déficits orçamentários, apesar da implementação do novo arcabouço fiscal, continuam a ser uma fonte importante de vulnerabilidade macroeconômica, com repercussões adversas para a confiança do mercado e para a política monetária”, destacou a Fitch.
Para este ano, a agência projeta um déficit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Em maio, o Ministério do Planejamento estimou um déficit de R$ 14,5 bilhões para este ano (0,1% do PIB), dentro da margem de tolerância de déficit zero, com a possibilidade de desvio de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo.
A Fitch alerta que, sem arrecadações extraordinárias em 2024, as perspectivas fiscais a partir de 2025 são ainda mais incertas. O crescimento de algumas despesas obrigatórias indexadas exigirá uma forte compressão das despesas discricionárias para cumprir o limite máximo de despesas.
Entenda
A Fitch Ratings atribui, periodicamente, notas relacionadas ao risco de crédito e ao grau de investimento de determinados produtos ou ativos financeiros, emitidos por empresas ou governos ao redor do mundo.
Na avaliação, a Fitch classifica os emissores de títulos públicos e privados quanto à credibilidade e ao risco de não pagamento de dívidas no prazo estabelecido. Essas notas são distribuídas em dois grandes grupos: especulativo e de investimento.
No grau especulativo, a nota mais baixa é D, indicando alto risco de inadimplência, seguida por C, CC, CCC. Em seguida, as notas da categoria de especulação, em ordem crescente, são B-, B, B+, BB-, BB e BB+.
A partir das notas BBB-, BBB e BBB+, um país alcança o grau de investimento em qualidade média. As notas mais altas variam de A-, A, A+, AA-, AA, AA+ até AAA, a mais alta qualidade de investimento.
A Fitch é uma das três principais agências internacionais que avaliam a dívida pública brasileira. Em dezembro do ano passado, a S&P Global elevou a nota do Brasil para dois níveis abaixo do grau de investimento, mesma classificação da Fitch. A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento desde fevereiro de 2016.
(Com Agência Brasil).
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