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Focus projeta inflação menor em 2024

Expectativa para o IPCA.

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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, caiu de 4,02% para 4% este ano. Esta estimativa foi divulgada no Boletim Focus divulgado ontem. Trata-se de uma pesquisa semanal do Banco Central (BC) em Brasília, que coleta expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2025, a projeção de inflação aumentou de 3,88% para 3,9%. As previsões para 2026 e 2027 são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro da margem de tolerância definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta é de 3% para este ano, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, resultando em um limite inferior de 1,5% e superior de 4,5%.

Inflação

A partir de 2025, será implementado o sistema de meta contínua, eliminando a necessidade do CMN definir uma meta de inflação anualmente. Em junho deste ano, o CMN estabeleceu a meta contínua em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em junho, a inflação no país foi de 0,21%, influenciada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, após registrar 0,46% em maio. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 4,23% nos últimos 12 meses.

Juros básicos

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A recente alta do dólar e o aumento das incertezas econômicas fizeram o BC interromper o ciclo de cortes de juros iniciado há quase um ano. Na última reunião de junho, o Copom manteve a Selic nesse nível após sete reduções consecutivas.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic 12 vezes consecutivas para conter a alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano. Com a estabilização dos preços, o BC iniciou cortes na Selic.

Antes desse ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica em 1986, como resposta à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esta taxa foi mantida de agosto de 2020 a março de 2021.

O mercado

O mercado financeiro projeta que a Selic terminará 2024 no atual nível de 10,5% ao ano. Para o final de 2025, a expectativa é que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Em 2026 e 2027, a previsão é que a Selic seja reduzida para 9% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, impactando os preços ao encarecer o crédito e estimular a poupança. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Taxas mais altas podem dificultar a expansão econômica.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, diminuindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 2,1% para 2,11%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,97%. Para 2026 e 2027, a estimativa é de uma expansão de 2% em ambos os anos.

Em 2023, a economia brasileira superou as projeções, crescendo 2,9%.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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