Empresas
Americanas: Credores aderem ao RJ e auditoria confirma fraude
Companhia atua no varejo popular.
A Americanas (AMER3) anunciou que os credores titulares da maioria dos créditos quirografários contra a companhia e suas subsidiárias, JSM Global, B2W Digital Lux e ST Importações, aprovaram o plano de recuperação judicial do Grupo Americanas, homologado em fevereiro de 2024.
Segundo a cláusula 10.1.1 do plano, essas deliberações têm efeito a partir da data de assinatura do acordo. Com isso, será permitida, entre outras ações, a emissão de debêntures Americanas Privadas para reestruturar e pagar parte do Saldo Créditos Quirografários Opção II – Pós Leilão Reverso, conforme definido no PRJ.
Vale lembrar que, recentemente, a companhia confirmou a existência de fraudes contábeis nos balanços. Um comitê independente, designado para investigar o caso, identificou irregularidades significativas, principalmente lançamentos indevidos na conta de fornecedores por meio de contratos fictícios de verbas de propaganda cooperada (VPC). Além disso, foram detectadas operações financeiras irregulares, incluindo antecipação de recebíveis, conhecida como “risco sacado”.
A varejista destaca que os responsáveis pelas fraudes já não fazem parte da empresa. A revelação dessas informações ocorre em meio a investigações e repercussões legais envolvendo ex-executivos da Americanas, incluindo o ex-CEO Miguel Gutierrez, que teve mandados de prisão expedidos pela Polícia Federal em junho deste ano.
Americanas (AMER3)
O comunicado afirma que o conselho de administração está orientando os próximos passos da empresa, incluindo a colaboração total com autoridades competentes, como o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal. A Americanas também está avaliando medidas para defender os interesses da companhia e buscar o ressarcimento dos prejuízos causados pelas fraudes.
Desde o anúncio inicial das “inconsistências contábeis” de R$ 43 bilhões nos balanços, a Americanas entrou em recuperação judicial em janeiro de 2023. A situação levou à substituição de executivos de alto escalão e à troca da empresa de auditoria, passando de PwC para BDO. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processos administrativos para investigar a varejista, enquanto agências de classificação de risco rebaixaram seus ratings após as revelações contábeis.
As investigações continuarão a ser acompanhadas de perto, enquanto a Americanas trabalha para restaurar sua integridade financeira e operacional em meio aos desafios judiciais e regulatórios que enfrenta.
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