Petrobras reporta prejuízo no 2TRI24, reduz capex e divulga proventos

A Petrobras (PETR3; PETR4) registrou um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, marcando seu primeiro resultado negativo desde o terceiro trimestre de 2020. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, é atribuído principalmente a impactos tributários e variações cambiais.

No mesmo período do ano passado, a empresa teve um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões, e no primeiro trimestre deste ano, o lucro foi de R$ 23,7 bilhões.

De acordo com a estatal, os principais fatores que afetaram o resultado foram contábeis, incluindo a adesão a um acordo para encerrar uma disputa tributária e a variação cambial. O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, ressaltou que “o resultado líquido do trimestre deve ser considerado à luz dos eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem efeito significativo no caixa da empresa”.

Petrobras (PETR3; PETR4)

A companhia destacou uma “forte” geração de caixa no segundo trimestre de 2024, com um Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 47,2 bilhões, superior ao trimestre anterior. Em junho, a Petrobras já havia previsto um impacto de R$ 11,9 bilhões no resultado do segundo trimestre devido ao acordo tributário que envolve Cide, PIS e Cofins de 2008 a 2013.

O lucro recorrente foi de R$ 15,7 bilhões, abaixo das expectativas de analistas, que previam R$ 22,3 bilhões, conforme dados do LSEG.

O Ebitda ajustado da Petrobras totalizou R$ 49,7 bilhões entre abril e junho, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período de 2023. Comparado ao primeiro trimestre de 2024, o Ebitda ajustado recuou 17%, impactado por menores margens em diesel e gasolina, aumento das importações e itens não recorrentes, como o acordo de trabalho de 2023 e a transação tributária. No entanto, o aumento das receitas com exportações, especialmente devido à valorização do petróleo Brent, ajudou a compensar esses efeitos.

2TRI24

O custo dos produtos vendidos aumentou 7% em relação aos primeiros três meses do ano, refletindo maiores custos com petróleo e derivados importados e uma maior participação de petróleo importado nas refinarias.

A receita de vendas alcançou R$ 122,3 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,4% em relação ao ano passado e avanço de 3,9% em comparação ao trimestre anterior. A produção de petróleo no Brasil cresceu 2,6% entre abril e junho em comparação ao mesmo período do ano passado, com uma média de 2,16 milhões de barris por dia.

A empresa encerrou o segundo trimestre com uma dívida bruta de R$ 59,6 bilhões, um aumento de 2,9% em relação ao ano anterior, dentro da faixa de referência de 50 a 65 bilhões de dólares.

Dividendos e Investimentos

Apesar do prejuízo trimestral, o conselho da Petrobras aprovou o pagamento de dividendos intercalares e intermediários e juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 13,57 bilhões, ou R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial em circulação. Para isso, a empresa usará R$ 6,4 bilhões da reserva de remuneração do capital, que ficará com um saldo remanescente de R$ 15,5 bilhões.

A reserva, que foi criticada por investidores quando criada, agora possibilita a remuneração aos acionistas mesmo em um trimestre com resultado negativo.

A Petrobras também anunciou uma redução na projeção de investimentos para 2024, agora estimados entre 13,5 bilhões e 14,5 bilhões de dólares, abaixo da previsão anterior de 18,5 bilhões de dólares. A revisão se concentra no capex do segmento de Exploração e Produção (E&P), que continua sem impacto na curva de produção de petróleo. A nova projeção é 7% a 15% maior em comparação ao capex total realizado em 2023.

A mudança na projeção de investimentos foi comunicada junto aos resultados do segundo trimestre e reflete uma gestão que visa evitar sobras bilionárias de capex.

(Com Agências).