Economia
Lula participa de lançamento de fragata e contorno rodoviário em SC
‘Projeto simboliza a modernização das Forças Armadas’
A Fragata Tamandaré, a primeira de quatro escoltas desse porte a serem incorporadas à frota da Marinha do Brasil nos próximos anos, foi lançada dia 9 em uma cerimônia em Itajaí, Santa Catarina, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seu discurso, Lula destacou que o projeto simboliza a modernização das Forças Armadas e o fortalecimento da base industrial de defesa do Brasil, garantindo a soberania nacional. “A indústria de defesa é estratégica para qualquer país. No Brasil, sua importância é ainda maior, pois promove inovações, estimula a pesquisa e assegura o controle de um segmento vital do ponto de vista geopolítico. Além disso, impulsiona o desenvolvimento de outras cadeias produtivas”, afirmou.
A construção das fragatas da Classe Tamandaré começou em setembro de 2022 no Estaleiro Thyssenkrupp Brasil Sul, em Itajaí. Lula destacou a participação significativa da indústria nacional no programa, que inclui transferência de tecnologia, criação de oito mil empregos diretos e indiretos, aumento da arrecadação fiscal em todos os níveis de governo e o fortalecimento da capacidade naval para a defesa do país.
Lula
O presidente também sublinhou a importância dos investimentos estatais em defesa e tecnologia para assegurar a soberania nacional. “É crucial ter soberania na defesa para proteger nossas riquezas naturais, nosso mar e o pré-sal. Da mesma forma, precisamos dominar o conhecimento, a tecnologia e a capacidade de liderar grandes projetos, para não ficarmos atrás do resto do mundo”, disse.
As fragatas fazem parte do Programa Fragatas Classe Tamandaré, uma parceria entre a Marinha do Brasil e o consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer e Atech. O programa é gerido pela Emgepron, empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa por meio do Comando da Marinha.
Lula ressaltou que um país competitivo e soberano precisa de um Estado atuante, não para diminuir a importância do setor privado, mas para desenvolver projetos de longo prazo que construam o futuro sem ficar preso ao imediatismo dos mercados financeiros.
A Fragata
A Fragata Tamandaré, que dá nome à classe, será incorporada à Marinha em 2025. As demais fragatas, Jerônimo Albuquerque, Cunha Moreira e Mariz e Barros, serão entregues gradualmente até 2028. Essas embarcações substituirão navios com mais de 40 anos de operação e poderão abrir portas para a construção de navios para outros países.
O ministro da Defesa, José Mucio, destacou que, nos primeiros sete meses de 2024, as exportações de produtos de defesa já superaram o total do ano anterior, atingindo R$ 8,4 bilhões, o segundo melhor resultado desde 2001. Mucio expressou a esperança de que, em breve, as fragatas da Classe Tamandaré sejam exportadas para nações amigas, contribuindo para a balança comercial brasileira.
Florianópolis
Além da cerimônia da fragata, o presidente Lula inaugurou o Contorno Viário da Grande Florianópolis, uma obra aguardada há pelo menos dez anos. Com um investimento de R$ 3,9 bilhões, o contorno, administrado pela concessionária Arteris, desvia o tráfego de longa distância da região metropolitana da capital catarinense, oferecendo uma alternativa ao congestionado trânsito da BR-101.
Lula destacou que, em apenas 18 meses, seu governo conseguiu concluir 40% da obra, que começou em 2008, evidenciando a importância do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o desenvolvimento do país.
O Contorno Viário de 50 quilômetros de extensão foi projetado para melhorar a mobilidade na região, com pistas duplas, acessos por trevos, pontes e túneis. Cerca de 18 mil caminhoneiros deverão utilizar a nova rodovia diariamente, reduzindo o tempo de percurso e melhorando o fluxo na BR-101, beneficiando mais de 1,1 milhão de pessoas que vivem ou trabalham na região.
Construção
Durante a construção, foram implementados 13 programas ambientais para proteger os ecossistemas locais, incluindo o plantio de 14 mil mudas de espécies nativas e a remoção de 56 mil exemplares de espécies exóticas. Mais de dez sítios arqueológicos foram identificados, e 7.990 artefatos foram resgatados e preservados, sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As comunidades indígenas Guarani, localizadas próximas às obras, também foram consideradas no Estudo de Impacto Ambiental, que incluiu medidas para mitigar os impactos, realizadas de forma participativa.
(Com Agência Brasil).
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