Mercado de Trabalho
Salário deixa de ser fator engajador para a maioria de funcionários
Estudo expõe quais condições são realmente divisoras de água em termos de engajamento em uma empresa.
Em um cenário de mercado de trabalho cada vez mais desafiador, a retenção e engajamento de talentos têm se tornado questões prioritárias para as empresas no Brasil.
Segundo um estudo elaborado pela Betterfly, unicórnio especializado em benefícios flexíveis, dois fatores se destacam como principais responsáveis pelo engajamento dos funcionários em solo brasileiro: clima organizacional e benefícios. Surpreendentemente, o salário ocupa uma posição secundária nesse contexto.
O que podemos concluir dessa pesquisa? Revelaremos as nuances que permeiam a relação entre benefícios e engajamento no trabalho.
Fatores de engajamento: uma nova perspectiva
Roberta Ferreira, diretora Global de Brand Experience da Betterfly, afirma que entender o que de fato motiva os profissionais é crucial para a elaboração de estratégias que atraiam e retenham talentos.
O estudo revelou que, no Brasil, o clima organizacional é responsável por 24% do engajamento, seguido de perto pelos benefícios (23%), propósito (22%) e cultura (18%).
Ferreira enfatiza a importância de um ambiente de trabalho positivo e de benefícios que favoreçam o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, especialmente em um país como o Brasil, que enfrenta elevados índices de ansiedade e depressão.
Clima organizacional e benefícios são importantes para os trabalhadores brasileiros – Imagem: reprodução
O bem-estar em primeiro lugar
Os dados revelam que 56% dos profissionais brasileiros estariam dispostos a recusar uma promoção que compromissasse seu bem-estar, segundo um estudo da Michael Page.
Essa recusa enfatiza a importância atribuída ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, refletindo a busca por um ambiente de trabalho que priorize a saúde mental e emocional dos funcionários.
Um aspecto interessante do estudo é que o Brasil se destaca em relação ao resto da América Latina na oferta de benefícios.
Com uma nota média de 86 pontos em comparação com a média regional, as empresas brasileiras têm se esforçado para proporcionar uma variedade de benefícios que atendam às expectativas das gerações mais jovens.
As gerações Y e Z, que priorizam aspectos como flexibilidade, desenvolvimento pessoal e bem-estar, são as mais contempladas, evidenciando uma adaptação das empresas a esse novo perfil de trabalhador.
Tipos de benefícios e suas prioridades
A pesquisa revelou que os funcionários brasileiros estão divididos quanto aos tipos de benefícios que recebem:
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50% têm acesso a benefícios que envolvem proteção (seguros, plano de saúde, etc.);
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44% recebem incentivos para desenvolvimento profissional;
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42% usufruem de flexibilidade para equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
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38% recebem reconhecimento por desempenhos excepcionais;
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32% têm acesso a programas de bem-estar físico;
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30% recebem apoio para saúde mental.
Contudo, apenas 23% dos entrevistados se sentem adequadamente remunerados, indicando um descompasso entre os benefícios oferecidos e a expectativa salarial.
Outro ponto bem importante destacado pela pesquisa é a distinção entre os benefícios que os funcionários consideram importantes e aqueles que realmente promovem o engajamento.
Aproximadamente 26% dos participantes expressaram o desejo de uma melhor remuneração, enquanto 19% desejam benefícios de proteção.
Tal descompasso sugere que, mesmo com um pacote de benefícios robusto, a insatisfação salarial pode impactar negativamente a motivação do colaborador.
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