Finanças
Nota de real se torna raridade entre colecionadores
Como uma simples nota se transformou em um valioso item de coleção.
Em um país no qual a inflação histórica fez parte do cotidiano, a introdução do real em 1994 marcou como um divisor de águas a história econômica do Brasil.
Entre as várias cédulas que surgiram, a nota de R$ 1 se destacou não apenas pelo seu papel na transição monetária, mas por ter se tornado uma raridade cobiçada por colecionadores.
Em virtude da escassez e do seu estado de conservação, valores que antes pareciam irrelevantes podem chegar, hoje, a impressionantes R$ 1.700.
Numismática é o estudo das notas, moedas e medalhas – Imagem: reprodução
O contexto histórico do real e a nota de R$ 1
Lançada em meio a uma inflação alarmante, que excedia os 2.000% anuais, a nota de R$ 1 foi um dos elementos cruciais do chamado Plano Real.
Com um poder de compra que permitia, por exemplo, a aquisição de 10 pães franceses por apenas R$ 1, essa cédula era uma verdadeira estrela da economia brasileira no final da década de 1990.
Mas o cenário mudou drasticamente nas últimas três décadas: o preço do pão, por exemplo, subiu para até R$ 2, enquanto a nota de R$ 1 foi retirada de circulação em 2004, substituída por uma moeda que se mostrava mais durável e econômica.
Segundo Mariana Campos, diretora comercial da Sociedade Numismática Brasileira (SNB), essa mudança se deu pela vida útil média das notas, que duravam apenas 13 meses. Assim, sua produção se tornava onerosa para o governo, levando à sua substituição.
Atualmente, a nota de R$ 1 se tornou uma peça adorada por colecionadores. O apelo por essa cédula é impulsionado por sua escassez, já que não se produz mais notas em papel dessa quantia.
O valor de uma nota em bom estado pode alcançar valorizações surpreendentes, especialmente se seu número de série começar com a letra ‘B’ e terminar com a letra ‘A’, configurando-se como uma das edições mais raras.
Mariana explica que a raridade de uma cédula ou moeda é determinada por diversos fatores, como a quantidade de peças cunhadas, o estado de conservação e até eventuais erros durante o processo de fabricação.
Assim, uma nota que outrora era considerada um simples troco agora pode ser um verdadeiro tesouro nas mãos de colecionadores atentos.
Valorização de notas e moedas
No Brasil, o mercado de numismática está em expansão. Apesar da falta de dados precisos sobre o número total de colecionadores no país, estima-se que entre 5.000 e 10.000 pessoas sejam ativamente envolvidas na prática.
Em comparação, os Estados Unidos movimentam entre US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões anualmente em leilões de numismática.
Para aqueles interessados em entrar neste mundo de colecionismo, existem plataformas de marketplace onde é possível anunciar peças raras ou encontrar colecionadores.
A Sociedade Numismática Brasileira também oferece informações sobre eventos e encontros que promovem a troca de conhecimento e peças entre os aficionados.
O fenômeno da valorização das notas de R$ 1 exemplifica como a história econômica de um país pode refletir em seus itens monetários.
O que antes era um simples meio de troca transformou-se em um símbolo de raridade, atraindo o interesse de colecionadores ao redor do país.

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