No Brasil, por que tantas empresas fecham as portas após 3 anos de existência?

No cenário empresarial brasileiro, a longevidade das empresas é um desafio constante. Dados da BigDataCorp revelam que, apesar do saldo positivo na abertura de negócios, muitas empresas não ultrapassam três anos de atividade. Em 2023, o Brasil abriu 3,9 milhões de empresas, mas viu 1,8 milhão fecharem suas portas.

Carlos Moreira, da MORCONE, explica que a falta de estratégias de longevidade pode ser um grande obstáculo. Em seu trabalho com pequenas e médias empresas (PMEs) e empresas familiares, ele identifica os desafios e soluções possíveis para manter os negócios ativos por mais tempo.

Entre os principais problemas que afetam a durabilidade das empresas estão a ausência de planejamento estratégico, má gestão financeira, resistência à inovação e falta de um planejamento sucessório bem estruturado. Cada um desses fatores representa um risco significativo para a sobrevivência dos negócios no Brasil.

Motivos que podem fazer sua empresa fechar – Imagem: ARMMY PICA/Shutterstock

Planejamento estratégico

O planejamento estratégico é crucial para a sobrevivência de qualquer empresa. Sem ele, as organizações permanecem sem direção, o que pode comprometer sua competitividade e a fidelização de clientes. É essencial definir estratégias de curto, médio e longo prazo.

Ter consultoria especializada pode ser fundamental para empresas que não sabem por onde começar. Com suporte, é possível elaborar ou atualizar um planejamento estratégico que guie a organização de forma eficaz no mercado.

Gestão financeira para a empresa

Uma gestão financeira inadequada pode levar ao fechamento de qualquer negócio. A desorganização financeira resulta em endividamento e fluxo de caixa insuficiente. Para muitos empreendimentos, tentar resolver isso por conta própria, cortando custos sem planejamento, pode piorar a situação.

Renegociar dívidas e reavaliar despesas são passos essenciais para restaurar a saúde financeira. A mentalidade de “deixar como está” precisa ser abandonada para garantir a longevidade.

Inovação e tecnologia

Estudos indicam que apenas 30% das empresas brasileiras se consideram inovadoras, enquanto nos EUA essa porcentagem é de 45%. A resistência à inovação pode resultar em perda de competitividade, como visto com empresas como Kodak e Nokia.

Para se manterem relevantes, as empresas devem investir em cultura de inovação, em novas tecnologias e fomentar o pensamento criativo. Superar o medo da mudança é fundamental para adotarem inovações que impulsionem o negócio.

Planejamento sucessório: garantir o futuro

O planejamento sucessório é frequentemente negligenciado, embora apenas 30% das empresas familiares cheguem à segunda geração.

Uma sucessão planejada exige tempo e investimento em potenciais sucessores, além de ajuda profissional para minimizar conflitos.

Passos para o planejamento sucessório:
1. Antecipar planejamento e implementação;
2. Investir em sucessores potenciais;
3. Buscar apoio externo para minimizar conflitos.

Fortalecimento da cultura organizacional

Uma cultura organizacional enfraquecida pode desmotivar funcionários e prejudicar a reputação da empresa. Isso resulta em baixa produtividade, alta rotatividade e problemas de comunicação. A cultura deve refletir princípios e valores reais, alinhando-se às mudanças necessárias.

A correção desses aspectos é fundamental para que as estratégias sejam bem-sucedidas. As empresas devem reconsiderar suas práticas, visões e objetivos para garantir um futuro sustentável e promissor.

Em suma, é vital que as empresas brasileiras repensem suas abordagens para assegurar sua sobrevivência e crescimento. A adaptação contínua às realidades internas e externas é essencial para atravessar gerações e se tornar uma referência em seu setor.