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Moedas

Cadê as notas de R$ 200? Saiba por que há tão poucas em circulação

Banco Central guarda mais de 70% das cédulas de R$ 200.

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Em setembro de 2020, o Banco Central (BC) lançou uma nova cédula de R$ 200 com o lobo-guará em destaque. O objetivo era facilitar o pagamento do auxílio emergencial e evitar a escassez de papel-moeda durante a pandemia. No entanto, passados três anos, a presença dessa nota no dia a dia dos brasileiros permanece limitada.

Dados do Banco Central revelam que apenas 132 milhões de cédulas de R$ 200 estão em circulação atualmente.

Para efeito de comparação, tal número é 14 vezes menor do que o de cédulas de R$ 50 e R$ 100, que superam a marca de 1,7 bilhão. Mas por que a nota de R$ 200 não ganhou popularidade?

Nota de R$ 200 tem o lobo-guará impresso e foi lançada há quatro anos – Imagem: reprodução/Raphael Ribeiro/BC

Fatores que impedem a circulação da nota de R$ 200

Um fenômeno conhecido como “entesouramento”, a popularização do Pix e preocupações com acessibilidade são apontados por especialistas como razões para o baixo uso da nota de R$ 200.

Apesar de ainda ter seu valor, mais de 318 milhões permanecem armazenadas no Banco Central.

Entesouramento

Tal fenômeno leva as pessoas a guardarem notas de maior valor, como a de R$ 200, enquanto gastam as de menor valor. Essa tendência psicológica explica, em parte, a ausência da cédula nas transações cotidianas.

Impacto do Pix

O surgimento do Pix em 2020 revolucionou as transações no Brasil e permitiu transferências rápidas e seguras. Essa nova forma de pagamento digital reduziu a necessidade de papel-moeda, o que impacta diretamente no uso da nota de R$ 200.

Questões de acessibilidade

A nota de R$ 200 tem o mesmo tamanho que a de R$ 20, o que gera desafios para pessoas com deficiência visual. A Organização Nacional de Cegos do Brasil, em conjunto com a Defensoria Pública, contesta a padronização da cédula na Justiça desde 2020.

Distribuição das notas de R$ 200

O Banco Central libera novas notas conforme a demanda do mercado, e elas são fabricadas e enviadas ao Banco do Brasil, que as distribui às demais instituições financeiras. Contudo, a demanda pelo uso das cédulas de R$ 200 ainda não atingiu o esperado.

Logo, desde a preferência por notas menores até a modernização dos pagamentos digitais, a nota do lobo-guará continua distante do bolso dos brasileiros.

As soluções para aumentar a circulação incluem repensar o design dela e incentivar práticas que favoreçam seu uso no dia a dia.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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