Carreira
28 dias de trabalho, 28 dias de descanso: quanto ganha um piloto de navio?
Profissionais revelam os desafios e recompensas de uma carreira a bordo, equilibrando vida pessoal e profissional.
Aos 26 anos, Karine Granato vive uma rotina incomum como pilota de navio, trabalhando metade do ano no mar e outra na terra. Após 28 dias embarcada, descansa por 28 dias em casa, uma dinâmica que permite equilíbrio entre trabalho e lazer.
Atuando no setor offshore, Granato apoia plataformas de petróleo no Rio de Janeiro e Santos. A profissão exige habilidades técnicas e responsabilidade, incluindo a condução do navio, segurança e salvatagem.
Além disso, a remuneração atrativa é um dos principais incentivos para a escolha dessa carreira.
Remuneração e formação profissional
O salário inicial de um oficial de quarto de navegação gira em torno de R$ 8.197, mas pode chegar a R$ 20 mil. Além disso, a profissão oferece benefícios atraentes, como plano de saúde e previdência privada.
A progressão na carreira depende do tempo de embarque e cursos de aperfeiçoamento.
A formação para se tornar pilota de navio ocorre na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM). Os cursos duram três anos e oferecem especializações em náutica e máquinas. Após a graduação, os formados podem seguir diferentes trajetórias na área.
Desafios e recompensas da profissão
Apesar da boa remuneração, a vida de pilota não é fácil. Karine menciona que os longos períodos longe da família são desafiadores. No entanto, ela valoriza a conexão com a tripulação, que se torna uma segunda família durante os embarques.
Foto: Arquivo Pessoal/BBC News/Reprodução
Jonatas Aires, colega de Karine, também enfrenta esses desafios, mas sua rotina permite aproveitar momentos com o marido que trabalha remotamente. A ênfase está em conciliar a vida pessoal com as demandas da profissão.
Visibilidade e desafios para mulheres
Geórgia Siqueira, pilota de 24 anos, compartilha a rotina nas redes sociais. Apesar das dificuldades com a vida social e o machismo no setor, ela está satisfeita com a profissão.
No entanto, não se vê trabalhando a vida inteira no mar, planejando encerrar a carreira aos 40 anos.
Trabalhar em um navio pode ser psicologicamente desgastante, por isso, terapia e atividades físicas ajudam Karine e seus colegas a manterem a saúde mental. A psicóloga Hosana Siqueira ressalta a importância de reconhecer sinais de estresse e buscar ajuda profissional.
A carreira de piloto de navio combina desafios e recompensas. A profissão exige dedicação e constante equilíbrio entre vida a bordo e em terra, ao passo proporciona experiências únicas e aprendizado constante.
*Com informações da BBC News.
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