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Política

Inteligência artificial poderia substituir os políticos?

Substituição de políticos por inteligência artificial é um tema polêmico e em debate.

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A possibilidade de a inteligência artificial (IA) substituir figuras políticas como prefeitos, deputados e até presidentes, que antes parecia distante, agora é um tópico central em discussões científicas.

A investigação sobre a relação entre tecnologia e política ganhou destaque após um artigo do filósofo Ted Lechterman.

Em seu texto, Lechterman propõe três cenários em que a IA poderia ser integrada à política, ao gerar uma análise sobre os desafios e expectativas de cada um desses contextos.

IA poderia ser uma candidata nas eleições? – Imagem: Alexandra_Koch/Pixabay

Primeiro cenário da IA na política já ocorreu

A Rússia, em 2017, já experimentou um chatbot que desafiava Vladimir Putin nas eleições, enquanto na Nova Zelândia, um candidato virtual competiu nas eleições gerais de 2020.

O Reino Unido e países como Dinamarca e Japão também testaram representantes virtuais. Nos aspectos positivos, tais chatbots poderiam operar sem limitações humanas e sem sucumbir à corrupção.

Segundo cenário: democracia direta com agentes de IA

Outro cenário considera a eliminação de políticos tradicionais, substituídos por agentes de IA programados por cidadãos para expressar suas preferências.

Essa ideia visa uma democracia direta, a fim de facilitar a participação política sem barreiras de tempo e conhecimento. No entanto, a complexidade da programação poderia transferir o poder para criadores de algoritmos.

Terceiro cenário: o impacto da algocracia

O mais radical dos cenários é a algocracia, regime em que algoritmos controlam o governo. Embora elimine a intervenção humana e, por consequência, suas falhas, levanta questões éticas graves.

A ausência de empatia e o julgamento moral e preconceituoso das máquinas pode ameaçar os valores democráticos. A transparência e responsabilidade dos algoritmos são preocupações cruciais.

Prós e contras dos candidatos virtuais

Os políticos virtuais poderiam oferecer conhecimento amplo e habilidades analíticas avançadas, apesar disso, ainda apresentam limitações críticas. A capacidade de raciocínio dos chatbots é restrita, o que pode gerar respostas imprecisas ou preconceituosas, além de faltar-lhes a responsabilidade moral das decisões políticas.

Por fim, a substituição completa de políticos por IA, até então, não é a solução ideal. Em vez disso, o foco deve ser aprimorar a capacidade humana na política e fortalecer instituições democráticas.

A tecnologia consegue complementar o julgamento político, ao promover uma participação cidadã mais eficaz e informada.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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