Real se valoriza 5,09% em janeiro, mas desafios globais persistem

O real surpreendeu os mercados ao registrar uma valorização de 5,09% apenas no primeiro mês de 2025, destacando-se como a segunda moeda mais forte do mês.

Tal desempenho é notável, quando se considera a trajetória do real ao longo de 2024, quando foi tido até mesmo como a pior moeda entre as principais cestas globais.

De acordo com a Consultoria Elos Ayta, essa valorização é a maior já registrada desde junho de 2023, quando o real se valorizou em 5,74%.

Apesar desse avanço, o real ainda é a segunda moeda que mais perdeu valor em 12 meses. No topo do ranking de valorização em janeiro está o rublo russo, que apresentou um crescimento impressionante de 11,34%.

No entanto, em um período mais longo de análise, o cenário mostra que o peso argentino desvalorizou-se 21,56%, liderando assim o ranking de desvalorização das moedas no último ano, com o real logo em seguida.

Real teve desempenho negativo no ano de 2024 – Imagem: reprodução/Ivo Brasil/Pexels

Valorização do real e o impacto de Trump

O desempenho do real em janeiro foi impulsionado por fatores externos, inclusive mudanças na política econômica dos Estados Unidos.

O dólar comercial recuou de modo significativo e teve o maior declínio semanal desde agosto do ano anterior, além de apresentar uma queda, mas em menor proporção, o que reflete a média de valores usada como taxa de referência.

A reeleição de Donald Trump teve um papel crucial na dinâmica cambial recente. Em seu segundo mandato, ele adotou uma postura menos agressiva em relação a tarifas com outros países, o que surpreendeu o mercado. Esse cenário criou um ambiente favorável para moedas emergentes, como o real.

Os analistas interpretam que Trump manterá a ameaça de tarifas elevadas como estratégia de negociação. Isso tem gerado uma expectativa positiva nos mercados, além de aumentar o apetite por risco e beneficiar moedas como o real.

Apesar de sua performance em janeiro de 2025, o real ainda enfrenta desafios significativos no cenário global. O avanço da moeda neste início de ano trouxe otimismo, mas a necessidade de uma recuperação sustentável permanece evidente.