Petrobras e Régia Capital criam Fundo de Impacto para a bioeconomia

A Petrobras (PETR3, PETR4) anunciou a criação de um Fundo de Impacto para apoiar projetos socioambientais focados em bioeconomia e soluções baseadas na natureza. A iniciativa foi estruturada em parceria com a Régia Capital, gestora especializada em investimentos e soluções financeiras sustentáveis.

Inicialmente, o fundo contará com R$ 50 milhões, sendo esse valor igualmente aportado pela Petrobras e pela Régia Capital. A empresa estatal ressalta que este investimento se trata de uma ação voluntária de responsabilidade social, complementando outras iniciativas socioambientais já em andamento.

A criação do fundo reflete o compromisso da Petrobras em buscar alternativas mais sustentáveis e alinhadas aos desafios ambientais e sociais, ampliando sua atuação em projetos que promovam a bioeconomia e incentivem o uso de soluções naturais como alternativas às práticas convencionais.

Petrobras (PETR3, PETR4): Momento delicado

O anúncio do novo fundo ocorre em um momento delicado para a companhia, que viu um recuo significativo em suas principais métricas de desempenho no quarto trimestre de 2024. A produção de petróleo da Petrobras caiu 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as vendas de petróleo, gás e combustíveis apresentaram um declínio de 7,8%.

Analistas do mercado, como os da XP Investimentos, projetam que a companhia apresentará um Ebitda (lucro antes de impostos) de cerca de 10,5 bilhões de dólares, uma queda de 30% em comparação ao ano passado, impactado pela menor produção e pelo preço mais baixo do petróleo, além da depreciação do real. O lucro líquido também deverá ser afetado pelas perdas cambiais.

Além disso, analistas do UBS BB apontam que a manutenção prolongada das operações, principalmente no campo de Búzios, tem sido uma das principais causas para a queda na produção e alertam para os tempos de parada que podem continuar afetando o desempenho da companhia em 2025.

SAF

Em um movimento voltado para a sustentabilidade, a Petrobras também planeja iniciar a oferta de combustível sustentável de aviação (SAF) a partir do etanol, um projeto que pode consumir entre 3 milhões e 5 milhões de litros de etanol por dia. A produção de SAF é uma iniciativa estratégica para a Petrobras, alinhando-se com as tendências globais de descarbonização do setor de aviação e o uso de fontes renováveis de energia.

A empresa continua a focar em alternativas que visam reduzir as emissões de carbono e apoiar a transição para uma economia de baixo carbono, enquanto enfrenta desafios operacionais e financeiros nos próximos anos.