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Dólar desvaloriza e real se fortalece; veja os motivos

Desvalorização do dólar em 2025 é impulsionada por fatores internos e externos.

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O ano de 2025 trouxe um cenário novo para o mercado cambial brasileiro. O dólar, que atingiu o pico de R$ 6,267 em dezembro de 2024, inverteu sua trajetória e desvalorizou mais de 6% frente ao real até agora. Esse fenômeno, embora tenha surpreendido alguns especialistas, não ocorreu de modo isolado no Brasil.

Moedas de outros países emergentes, como o peso chileno e o zloty polonês, também se fortaleceram em relação ao dólar. Entre as razões para esse movimento, destacam-se elementos políticos e econômicos globais e locais, como a instabilidade gerada pela política de Donald Trump nos Estados Unidos.

Além disso, mudanças internas, inclusive a troca na presidência do Banco Central e a percepção de risco econômico no Brasil, desempenham um papel crucial na formação desse panorama. A combinação de tais fatores proporcionou um ambiente favorável à valorização do real.

Medidas protecionistas de Trump ajudaram a desvalorizar moeda dos EUA – Imagem: reprodução/To Geralt/Pixabay

Donald Trump e suas políticas econômicas

A eleição de Donald Trump e sua estratégia tarifária estão entre os principais fatores externos que influenciam a desvalorização do dólar. De acordo com Samuel Pessoa, da FGV Ibre, 80% dessa queda no valor da moeda está ligada a esses eventos.

Apesar das expectativas de política protecionista, Trump tem adotado uma postura de negociação, especialmente com o México, o que surpreendeu o mercado; tal flexibilidade trouxe repercussões positivas para o real.

Além disso, o Federal Reserve, banco central dos EUA, manteve a taxa de juros do país entre 4,25% e 4,50%, o que limita os efeitos imediatos das políticas inflacionárias de Trump no mercado internacional.

Aspectos econômicos e políticos do Brasil

No Brasil, a desvalorização do dólar é reflexo de uma combinação de fatores. Em 2024, o real perdeu de modo significativo seu valor, o que o tornou mais atraente para investimentos estrangeiros. A percepção de risco econômico também mudou, especialmente devido à perda de popularidade do presidente Lula.

O governo encerrou 2024 com déficit primário de 0,1% do PIB, o que preocupa o mercado. A mudança na presidência do Banco Central para Gabriel Galípolo também gerou apreensões inicialmente, mas a elevação da taxa básica de juros para 13,25% foi bem recebida pelo mercado, o que sinaliza independência monetária.

As incertezas ainda permeiam o mercado cambial, pois o futuro do dólar depende tanto das decisões de Trump nos Estados Unidos quanto das medidas adotadas internamente no Brasil, como as propostas fiscais em análise no Congresso.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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