Em leilão, obra feita por IA é vendida por preço SURREAL!

A Christie’s realizou seu primeiro leilão dedicado exclusivamente a obras criadas com inteligência artificial. Realizada no dia 5 de março, a venda atraiu olhares atentos de colecionadores e críticos de arte ao redor do mundo.

A plataforma digital foi palco de uma disputa por itens inovadores, embora nem todos tenham atingido as expectativas de valor da empresa de arte.

A peça “Machine Hallucinations – ISS Dreams – A”, do renomado artista digital Refik Anadol, tornou-se o destaque do leilão. O trabalho foi arrematado por 277.200 dólares, superando as estimativas iniciais e chegando a R$ 1,6 milhão.

No entanto, em contraste, a criação “Emerging Faces”, de Pindar Van Arman, não recebeu ofertas, gerando discussões sobre a aceitação de obras de arte elaboradas por inteligência artificial.

Resultados variáveis e desafios do leilão

Ao longo de 14 dias de venda online, a Christie’s observou que 14 dos 34 lotes não atingiram o valor esperado ou sequer receberam propostas. Tal cenário despertou discussões sobre a presença de obras digitais no mercado de arte tradicional.

Nicole Sales Giles, responsável pela venda, afirmou que o evento, ainda assim, provou o reconhecimento da importância dos artistas escolhidos.

Debate sobre a representatividade da IA na arte

A discussão sobre a adequação do momento para o leilão também veio à tona. Steven Sacks, fundador da galeria bitforms, pioneira na exibição de arte digital, destacou a necessidade de educar o público sobre a história e o valor deste tipo de arte.

Segundo ele, a visibilidade e a credibilidade dos artistas que utilizam a inteligência artificial ainda são desafios no mercado atual.

Reações e críticas

A realização deste leilão em particular não passou sem críticas, e um grupo de artistas chegou a iniciar uma petição para que o evento fosse cancelado.

A Christie’s, já acostumada a lidar com obras digitais em leilões anteriores, enfrentou questionamentos sobre propriedade intelectual e inovação na arte.

Enquanto o leilão encerrou com uma venda total de 728.784 dólares, cerca de R$ 4,2 milhões, ele ressaltou tanto o potencial quanto as barreiras no caminho da arte digital.

A experiência trouxe à tona debates cruciais para a compreensão e aceitação das criações feitas por inteligência artificial.