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Automobilística

EUA querem fazer grande mudança em carros para reduzir acidentes fatais

Governo dos EUA quer que os carros passem por mudanças no design para diminuir ferimentos em pedestres atropelados.

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Com mais carros nas ruas e avenidas, o trânsito tornou-se mais dinâmico — e também mais perigoso para os pedestres. Nos Estados Unidos, esse cenário tem chamado a atenção devido às estatísticas: o número de atropelamentos aumentou de forma expressiva nos últimos anos.

Preocupado com essa realidade, o órgão de segurança viária do governo norte-americano, o NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário), apresentou uma proposta para tornar o design dos veículos de passeio mais seguro para quem circula a pé pelas cidades.

A ideia é que as montadoras passem a adotar estruturas que reduzam o impacto e o risco de ferimentos graves em casos de atropelamento. As informações são do site Automais.

Mudança no capô dos carros pode salvar vidas

Governo dos EUA propõe mudanças no design dos carros para reduzir atropelamentos nas cidades. (Foto: Mungkhoodstudio’s Images/Canva Pro)

O projeto, revelado em setembro de 2024, parte de um dado alarmante: o número de atropelamentos nos Estados Unidos subiu 57% entre 2013 e 2022. Para tentar reverter esse cenário, a proposta sugere alterações principalmente na parte frontal dos carros — como o capô, por exemplo. A intenção é fazer com que, em caso de impacto, o corpo da vítima sofra menos, especialmente em colisões com a cabeça.

Entre as ideias em estudo estão o uso de materiais mais maleáveis, alterações na rigidez estrutural, ajustes na altura dos veículos e até a inclusão de airbags externos.

As mudanças também consideram os diferentes tipos de carros, como os esportivos, que geralmente têm uma altura menor. Nesse caso, o projeto busca soluções específicas para que o design continue funcional e seguro ao mesmo tempo.

Montadoras já se antecipam ao cenário

Apesar de a proposta ainda não ter sido oficialmente aprovada, montadoras como a General Motors já estão se preparando. De acordo com Michael Simcoe, chefe de design da empresa, a equipe está pronta para se adaptar ao que vier. A marca conta com um estúdio de design que acompanha de perto as exigências do setor e já considera incorporar esses padrões nos próximos lançamentos.

Simcoe acredita que as possíveis regras não devem ser vistas como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade de tornar os projetos mais inteligentes e alinhados com a segurança urbana. Mitja Borkert, da Lamborghini, compartilha da mesma visão.

O designer contou que, ao desenvolver o modelo esportivo Revuelto, a equipe precisou eliminar detalhes no capô e alterar as entradas de ar para reduzir os riscos em caso de impacto com crianças, por exemplo.

Criatividade a favor da segurança

Para os profissionais envolvidos, adaptar os modelos atuais às futuras normas pode envolver soluções criativas e tecnológicas. Isso inclui desde mudanças nos materiais até a adoção de componentes que absorvam melhor os impactos.

Embora nem todas as montadoras estejam obrigadas, por enquanto, a seguir essas recomendações, muitas já enxergam nas alterações um caminho para melhorar a segurança sem abrir mão da identidade visual das marcas.

Portanto, mesmo sem obrigatoriedade imediata, o projeto da NHTSA já impulsiona mudanças concretas nas fabricantes. A discussão sobre segurança viária passa a influenciar diretamente o design automotivo, e o setor se movimenta para atender às futuras exigências sem comprometer funcionalidade, estética ou desempenho.

Estudante de jornalismo, no segundo semestre. Trabalhei como redator na Velvet durante três anos.

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