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Petrobras retoma fábricas de fertilizantes e anuncia saída de diretor

Companhia é uma empresa de capital misto.

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A Petrobras (PETR3; PETR4) confirmou dia 23 a assinatura de um acordo para reassumir a operação de duas fábricas de fertilizantes localizadas em Camaçari (BA) e Laranjeiras (SE), que estavam paralisadas desde 2023. As unidades haviam sido arrendadas à iniciativa privada desde 2020 e estavam sob gestão da Proquigel, subsidiária da Unigel.

O acordo, formalizado por meio de comunicado ao mercado, encerra as disputas contratuais entre a Petrobras e a Proquigel, e ainda depende de homologação pelo Tribunal Arbitral. Após a validação, a estatal realizará licitação para contratar empresas responsáveis pela operação e manutenção das plantas.

A retomada integra o plano estratégico da Petrobras para fortalecer a produção nacional de fertilizantes e reduzir a dependência externa. Atualmente, o Brasil importa cerca de 80% dos fertilizantes que consome. Em linha com esse objetivo, a estatal já havia reativado, em 2024, a fábrica da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), no Paraná, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As fábricas que agora voltarão ao controle da Petrobras têm potencial para impactar significativamente o setor agrícola. A unidade de Sergipe (Fafen-SE) tem capacidade de produção diária de 1,8 mil toneladas de ureia, além de produzir amônia, gás carbônico e sulfato de amônio. Já a planta da Bahia (Fafen-BA) pode produzir 1,3 mil toneladas diárias de ureia e comercializar amônia, gás carbônico e o agente redutor Arla 32.

A Federação Única dos Trabalhadores (FUP), que representa os empregados da Petrobras, celebrou o acordo, destacando a expectativa de criação de cerca de 2,4 mil empregos diretos e indiretos com a retomada das operações, prevista para começar em outubro.

Mudança na diretoria de Transição Energética

No mesmo dia, a Petrobras também confirmou a saída de Mauricio Tolmasquim do cargo de diretor de Transição Energética e Sustentabilidade. Ele permanecerá na função até a próxima terça-feira (27), quando será substituído interinamente por William França, diretor executivo de Processos Industriais e Produtos.

Tolmasquim, que assumirá vaga no conselho de administração da Eletrobras, comunicou sua indicação à Petrobras com antecedência. A estatal avaliou a possibilidade de conflito de interesses antes de autorizar a transição.

Referência na área de energia e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Tolmasquim liderou a elaboração da versão atualizada do Caderno de Mudança do Clima, publicado nesta sexta-feira. O documento detalha os esforços da Petrobras na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que em 2024 totalizaram 47 milhões de toneladas de CO₂, mantendo-se estáveis em relação aos dois anos anteriores e representando uma queda de 40% frente a 2015.

Em entrevista à Agência Brasil, o executivo afirmou que as iniciativas de descarbonização da companhia seguirão adiante, independentemente de mudanças na diretoria. “Todas as ações estão institucionalizadas, então, independentemente de qualquer pessoa que esteja aqui, elas vão adiante, isso eu tenho certeza”, declarou.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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