Conecte-se conosco

Empresas

Por que o McDonald’s está sendo boicotado? Spoiler: motivo não envolve comida

Ex-franqueados lideram manifestações contra a maior cadeia de fast-food do mundo.

Publicado

em

A McDonald’s, maior cadeia de restaurantes do mundo, está no centro de uma crescente onda de protestos e boicotes nos Estados Unidos.

As críticas ganharam força após a empresa anunciar a redução de suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), provocando indignação entre ex-franqueados negros e entidades como o The People’s Union USA.

Entenda o boicote ao McDonald’s

Na última segunda-feira, mais de 40 ex-franqueados de diferentes estados norte-americanos declararam apoio a um boicote nacional ao McDonald’s, alegando práticas discriminatórias sistemáticas por parte da corporação.

A ação judicial, liderada pelo escritório Loevy & Loevy, aponta casos de tratamento desigual e políticas raciais injustas que remontam aos anos 1980.

“O recente abandono das iniciativas de diversidade pela corporação McDonald’s não foi nenhuma surpresa para nós”, afirma o grupo em comunicado oficial.

Empresa nega acusações e reafirma compromisso com a inclusão

Em resposta às denúncias, a McDonald’s Corporation declarou à Newsweek que “a marca abre suas portas para todos e sempre esteve comprometida com a inclusão e diversidade”.

A mudança de postura em 2025, quando a rede anunciou a aposentadoria das metas de representação aspiracional e do Compromisso Mútuo da Cadeia de Suprimentos com a DEI, tem sido interpretada como um recuo em pautas de responsabilidade social.

Foto: Shutterstock

The People’s Union USA intensifica pressão contra grandes corporações

O movimento de boicote também é impulsionado pelo The People’s Union USA, que colocou o McDonald’s em sua lista de empresas-alvo da campanha de “bloqueio econômico”.

O grupo acusa a rede de evasão fiscal, exploração da força de trabalho e promessas vazias relacionadas à diversidade.

A organização já liderou ações semelhantes contra outras gigantes, como Walmart, Amazon e Target, e prepara uma série de boicotes escalonados para os próximos meses.

O cronograma inclui manifestações no Dia da Independência (4 de julho), além de campanhas específicas contra o Starbucks, Home Depot e novamente o McDonald’s, com ações previstas até agosto.

Por que essa história importa?

Com mais de 68 milhões de clientes diários, o McDonald’s ocupa um lugar central na cultura de consumo global. O impacto de um movimento coordenado de boicote pode gerar consequências econômicas e reputacionais significativas, especialmente em um momento em que consumidores e investidores estão cada vez mais atentos às práticas de diversidade corporativa, equidade racial e transparência social.

Além disso, o caso reforça um debate crescente no mercado: qual é o verdadeiro compromisso das grandes corporações com a inclusão e os direitos civis?

E o quanto estão dispostas a mudar suas estruturas internas para oferecer oportunidades reais a grupos historicamente excluídos?

Segundo os ex-franqueados, o objetivo do boicote é “pressionar a empresa a cumprir suas promessas, retomar seu compromisso com a comunidade negra e oferecer uma chance justa aos proprietários e operadores negros”.

Já John Schwarz, fundador do The People’s Union USA, usou as redes sociais para listar uma série de denúncias contra o McDonald’s, incluindo preços abusivos, lucros bilionários à custa de salários baixos e retrocesso nas políticas sociais da empresa.

McDonald’s sob pressão em um novo cenário corporativo

Os protestos contra o McDonald’s nos EUA revelam um embate cada vez mais frequente entre grandes marcas e as expectativas sociais de seus públicos.

A pressão por inclusão real, responsabilidade social e equidade no ambiente de trabalho não é mais periférica — ela está no centro do debate sobre o futuro das empresas globais.

Nos próximos meses, será crucial observar como a gigante do fast food responderá a esse momento crítico e se escolherá reconstruir pontes com suas comunidades, ou seguir um caminho que pode comprometer sua imagem perante uma nova geração de consumidores.

Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, deu seus primeiros passos como redator júnior na agência experimental Inova. Dos estágios, atuou como assessor de comunicação na Assembleia Legislativa de Goiás e produtor de conteúdo na empresa VS3 Digital.

Publicidade

MAIS ACESSADAS