Plantas podem desenvolver câncer? Entenda o que são as galhas

Em um mundo onde doenças afetam tanto animais quanto vegetais, as plantas têm seu próprio tipo de desafio biológico. Os sinais de que algo está errado com as plantas incluem folhas murchas, amareladas ou manchadas.

Esses sintomas geralmente indicam a presença de pragas. No entanto, persiste uma pergunta para muitos: plantas podem ter câncer?

Marie-Anne van Sluys, professora da Universidade de São Paulo, explica que o termo “câncer” refere-se ao crescimento celular descontrolado em animais. Em plantas, o equivalente seriam as galhas, embora suas causas e implicações sejam diferentes.

Apesar de também consistirem em crescimentos descontrolados, as galhas sempre surgem devido a fatores externos, como insetos, vírus ou bactérias.

Causas das galhas nas plantas

A relação entre câncer e galhas é complexa. Enquanto o câncer pode se espalhar e ser fatal em animais, as galhas não possuem a mesma capacidade de invasão. Elas permanecem localizadas, a não ser que o patógeno se mova para outras partes da planta.

Portanto, embora ambas envolvam proliferação celular, o impacto das galhas é menos devastador.

Os mosquitos da família Cecidomyiidae figuram entre os principais indutores de galhas em todo o mundo. Eles colocam seus ovos em plantas, e as larvas que emergem começam a consumir os tecidos vegetais.

A saliva dessas larvas contém uma substância que estimula o crescimento celular descontrolado, levando à formação das galhas.

Galha, o “câncer” das espécies vegetais. (Foto: Wikimedia Commons)

Embora as galhas não sejam cancerígenas, seu impacto pode ser significativo. Se uma galha crescer muito, pode comprometer a planta, desviando nutrientes essenciais ou estrangulando os vasos que conectam suas partes.

No entanto, diferente do câncer em animais, essas formações não se espalham sozinhas.

Prevenção e controle de galhas

Para proteger as plantas, prevenir é melhor do que remediar. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) recomenda verificar a origem das mudas para evitar infecções. Isso inclui inspecionar as plantas quanto a sintomas de doenças e eliminar qualquer planta afetada.

Além disso, evitar ferimentos nas raízes e utilizar agentes biológicos adequados podem ajudar no controle.

• Evitar ferimentos na raiz e no colo das plantas.
• Rotação de cultura com monocotiledôneas.
• Uso de controle biológico com A. radiobacter.

Em última análise, galhas e câncer podem compartilhar semelhanças superficiais, mas suas causas e impactos são distintos. Compreender essas diferenças é crucial para o manejo eficaz das plantas e para garantir seu crescimento saudável.