Commodities
Terra Santa Agro remaneja plantio devido ao clima e prevê receita menor
Empresa reduziu expectativa de plantio de grãoes e oleaginosas na safra 2020/21 para 130,2 mil hectares, de 149,5 mil hectares.
A Terra Santa Agro revisou para baixo sua projeção de plantio de grãos e oleaginosas na safra 2020/21, para 130,2 mil hectares, contra 149,5 mil hectares de antes, por causa da falta de regularização das chuvas em Mato Grosso, mudança visita como o maior remanejamento já realizado pela empresa, afirmou o presidente-executivo da companhia nesta sexta-feira.
As mudanças foram necessárias para que a companhia não tivesse a janela climática de algodão segunda safra comprometida, após um atraso no plantio de soja por conta de chuvas irregulares, explicou José Humberto Prata Teodoro Júnior durante teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre.
“Não teve um remanejamento tão forte quanto fizemos este ano”, afirmou ele, destacando que as previsões meteorológicas sobre a regularização das chuvas erraram e que elas ainda não estão regulares.
“Até agora a chuva não se estabeleceu de forma consistente no Estado”, disse Teodoro Júnior sobre o Estado do Mato Grosso, onde ficam as fazendas da empresa.
A Terra Santa Agro reduziu sua projeção de plantio de soja na safra 2020/21 de 80,8 mil para 59,1 mil hectares, e agora semeará 13,3 mil hectares de algodão primeira safra em parte dessas áreas, explicou o CEO.
A companhia também fará feijão primeira safra em 4,1 mil hectares, em áreas que antes deveriam ser plantadas com soja, para poder que o algodão segunda safra fique da janela climática ideal, completou.
Já o algodão segunda safra terá a área diminuída de 43,3 mil hectares para 24,9 mil hectares.
O plantio de milho, por sua vez, terá um leve acréscimo para 23,5 mil hectares, com um aumento do plantio do cereal na primeira safra, ao passo na segunda a semeadura será de 19,5 mil hectares.
Teodoro Júnior afirmou que a Terra Santa Agro vê uma redução na receita na safra 2020/21 com as mudanças na intenção de plantio.
“Estamos plantando (cerca de) 20 mil hectares a menos, quando a gente migra área para algodão (primeira safra), isso significa mais receita… Mas tiramos um hectare inteiro de soja, o que aumenta na receita de algodão não compensa o que perde da soja”, previu.
A receita do feijão também é menor que a da soja. “Tem impacto na receita e consequentemente redução no fluxo de caixa esperado”.
A Terra Santa passa a ter já 100% da produção esperada comercializada considerando as mudanças feitas pela redução da área plantada com soja em 2020/21.
Mesmo com a reorganização do plantio, Teodoro Júnior disse que a companhia continua rumo à “desalavancagem clara”, mas confessou que, pelo próprio negócio agrícola, “com volatilidade no caminho”.
Apesar de a companhia ter escolhido operar apenas no Mato Grosso, onde os riscos climáticos historicamente são menores, isso não significa algo 100% estável. “O nosso negócio tem essa volatilidade, temos que estar preparados para isso”, afirmou.
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