Natura&Co vai inaugurar loja física na China no 4º tri de 2021

A Natura&Co, quarta maior fabricante de cosméticos do mundo, está planejando a inauguração de pontos de venda na China continental e quer abrir sua primeira loja física no país asiático no final de 2021, afirmaram nesta sexta-feira executivos da empresa.

O grupo já estabeleceu uma empresa na China e vai focar, a princípio, as marcas Aesop e The Body Shop no país, disse Roberto Marques,  presidente-executivo do conselho de administração da Natura&Co, em teleconferência com analistas.

“Estamos altamente comprometidos na China. Já estabelecemos uma corporação Natura&Co e estamos na fase de registro de produtos, o que vai consumir metade do ano que vem”, explicou.

A companhia está dando “passos cautelosos para estar em linha com nossos valores, por exemplo, com proibição de testes com animais”, acrescentou.

A Aesop será a marca oferecida na primeira loja física na China, a ser aberta em Xangai no quarto trimestre de 2021, antecipou o executivo.

Na véspera, a Natura&Co reportou lucro líquido do terceiro trimestre quase estável em relação a igual período de 2019, mas com aumento do lucro operacional (Ebitda) de 33%, sustentado em parte por fortes aquecidas no Brasil.

Nesta sexta-feira, as ações da companhia saltavam 3,6% às 13h31, enquanto o Ibovespa subia 1,3%.

Sobre o quarto trimestre no Brasil, o principal período para o varejo no país, executivos da companhia mostraram otimismo, mas sinalizaram certa cautela com a volta de lockdowns e outras medidas de isolamento social na Europa, onde os casos de Covid-19 são crescentes.

Cerca de 95% das lojas das marcas Aesop e The Body Shop já reabriram na Europa e isso ajuda a explicar parte da força do resultado no trimestre passado, disse Marques. “As lojas estão vendo um pouco mais tráfego, com tíquete médio mais alto. Mas com a volta de alguns lockdowns isso pode ser uma questão (para o quarto trimestre”.

O presidente e diretor financeiro da Natura&Co, João Paulo Ferreira, falou sobre a integração com a norte-americana Avon, afirmando que o grupo está “muito otimista” com a marca na América Latina e que a performance trimestral ainda não espelha as mudanças estruturais que a companhia está realizando. A Avon teve o primeiro crescimento de receita no Brasil desde o quarto trimestre de 2018 no período de julho a setembro.

“A marca Avon avançou 10 posições no ranking de reputação na América Latina. Retomamos há poucas semanas a comunicação da marca”, disse Ferreira. “Quando as mudanças estruturais estiverem implementadas no começo do ano que vem, conseguiremos de fato sustentar a trajetória positiva da Avon na América Latina”, disse Ferreira.

A simplificação do catálogo de produtos da Avon e a digitalização de seus canais de venda figuram entre as mudanças, citaram os executivos.

Ao mesmo tempo, os executivos revelaram esforços para lançar uma plataforma dona de serviços financeiros para ajudar suas consultoras com ferramentas de vendas mais eficientes, conhecida como “&CoPay”.

Lançada no terceiro trimestre no Brasil, a plataforma foi lançada será expandida em um segundo momento para a América Latina e, depois, para o restante das operações internacionais. Segundo Marques, a ampliação da &CoPay vai contar com recursos do recente aumento de capital de 1 bilhão de dólares feito pelo grupo.

“A ideia básica é fortalecer nosso negócio principal. Soluções financeiras melhores servem para melhorar a produtividade das consultoras e trazem novas fontes de receitas”, disse o executivo.