Economia
Itaú aumenta expectativa para crescimento do PIB em 2021 e vê dólar a R$5 no próximo ano
Banco privado elevou de 3,5% para 4,0% sua previsão para crescimento da economia do Brasil no ano que vem.
O Itaú Unibanco elevou de 3,5% para 4,0% sua previsão para crescimento da economia do Brasil em 2021, considerando uma recuperação do consumo no setor de serviços, ao passo que aumentou a expectativa para o dólar ao fim do próximo ano de 4,50 reais para 5,00 reais, refletindo a alta incerteza fiscal.
O banco avalia, de forma geral, que a economia deverá se beneficiar de uma menor ameaça de uma nova onda de coronavírus no Brasil “no curtíssimo prazo”.
“Uma primeira onda mais prolongada, a sazonalidade favorável − com temperaturas mais elevadas no Hemisfério Sul − e avanços em testes para uma vacinação ao longo do primeiro trimestre de 2021 diminuem o risco de uma segunda onda do vírus no curtíssimo prazo”, escreveu o Itaú em nota divulgada nesta sexta-feira.
Escrita pela equipe de pesquisa macroeconômica do banco, chefiada por Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central, a nota acrescenta que, “como a ocupação hospitalar segue controlada, entendemos que ainda é possível continuar a reabertura gradual da economia com relativa segurança”.
Para este ano, a instituição melhorou a projeção de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% para 4,1% e também passou a esperar desempenho melhor do PIB no terceiro trimestre, para alta ajustada sazonalmente de 9,0% frente o segundo trimestre, contra estimativa anterior de crescimento de 8,3%. No quarto trimestre, a previsão passou a ser de avanço de 2,5% na economia frente igual época do ano passado.
Nesta sexta, o BC reportou aumento do IBC-Br acima do esperado para setembro. Além da melhora nos prognósticos do Itaú, outros bancos também ajustaram suas previsões.
Apesar da melhora, o Itaú alertou que o país seguirá sob a ameaça de riscos do lado fiscal.
“O risco fiscal… permanece elevado e deve seguir assim especialmente até a aprovação do Orçamento de 2021”, disse o Itaú. O banco estima déficits primários de 11,7% do PIB em 2020 e de 2,5% do PIB em 2021.
Com apenas mais duas leituras em 2020, o banco privado estima alta de 3,5% na inflação medida pelo IPCA em 2020, com revisão da projeção para 2021 de 2,8% para 3,1%, passando a considerar menor apreciação cambial no próximo ano.
A Selic deve permanecer em 2,0% até perto do fim de 2021, quando avançaria para 3,0%, estima o banco. “Há risco, no entanto, na ausência de uma solução satisfatória para o dilema fiscal do Brasil, de alta antecipada”, afirmou.
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