Moedas
Dólar fecha em queda contra o real, mas acumula alta de 1,6% na semana
Na cotação à vista, dólar recuou 0,07%, para 5,4754 reais.
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira quase estável contra o real, em mais um dia marcado por muita oscilação, fechando uma semana de muita volatilidade em que a moeda norte-americana acumulou alta.
Na cotação à vista, dólar recuou 0,07%, para 5,4754 reais. No máxima do pregão, a moeda tocou alta de 5,527 reais (+0,87%), enquanto na mínima baixou a 5,4506 (-0,52%).
A cotação acumulou ganhos de 1,58% na semana, devolvendo parte da perde de 6,07% da semana anterior, durante o período de eleições dos EUA,
Dentre as principais divisas emergentes, apenas a lira turca teve maior instabilidade que o real, que viu elevação de volatilidade implícita na semana, indo de 16,6% para 18,2%.
Similar ao movimento ocorrido com o dólar no exterior, a moeda dos EUA tocou as máximas desta sexta por volta de 13h e, a partir daí, passou a perder força. Mesmo assim, o real continuou atrás de vários de seus pares, assim como nos dias anteriores, contaminado pelo aumento de receios fiscais no Brasil e pela contínua demanda por dólares para desmonte de operações de “overhedge”.
Na sessão, o real teve queda de cerca de 1,6% em relação ao peso mexicano, acumulando recuo de 2,75% na semana. A comparação da moeda brasileira com a mexicana é vista como um bom termômetro da avaliação de investidores internacionais sobre o câmbio doméstico. O real segue próximo de mínimas em mais de 16 anos contra o peso.
Um dos pontos centrais contra o câmbio é a cena fiscal, com o mercado ainda cauteloso sobre o futuro do teto de gastos e frustrado com a falta de avanço da agenda de reformas econômicas. O Itaú Unibanco elevou nesta sexta-feira de 4,50 reais para 5,00 reais o prognóstico para a taxa de câmbio nominal ao fim de 2021, citando justamente problemas relacionados às contas públicas.
O desalinhamento negativo da taxa de câmbio no Brasil voltou a crescer no fim do terceiro trimestre e a ficar entre os maiores já observados nos últimos anos, mostrou estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV).
“A persistência do desalinhamento frente a uma melhora consistente dos fundamentos ao longo de 2020 nos leva a reiterar que a desvalorização do real tem sido ocasionada principalmente por fatores de risco relacionados tanto à pandemia quanto à situação fiscal”, disse Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da FGV (FGV EESP) e um dos autores do levantamento.
A demanda por dólares decorrente de ajustes no “overhedge” vem alimentando a pressão sobre o câmbio. Essa é uma proteção cambial adicional adotada por bancos e cuja eficiência foi questionada diante de mudanças, anunciadas neste ano, em regras tributárias. Tal correção pode resultar na compra de no mínimo 15 bilhões de dólares até o fim de 2020, de acordo com algumas instituições financeiras.
“A compra de dólar futuro hoje é antecipação de zeragem de ‘overhedge’. Por isso o DI está, ainda, bem-comportado, assim como a bolsa”, disse o economista e sócio-gestor da LAIC-HFM Gestão de Recursos, Vitor Péricles.
Às 17h06, o dólar futuro na B3, que fecha às 18h15, tinha variação positiva de 0,26%, para 5,4760 reais.
Nesta sessão, as taxas de DI cederam cerca de 4 pontos-base nesta sessão, e o Ibovespa disparava 1,9% por volta de uma hora antes do fechamento no mercado à vista.
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