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Cias&Cifras | PIX: tudo sobre o novo sistema de pagamentos instantâneos do BC

Cias&Cifras | PIX: tudo sobre o novo sistema de pagamentos eletrônicos do BC

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O PIX, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil (BC), chega para expandir a concorrência no mercado financeiro, o que afeta positivamente o serviço oferecido por bancos, instituições financeiras e empresas de pagamentos.

Também promoverá melhora nos produtos e custos para o consumidor final, de acordo com a Bit Capital , fintech que oferece uma plataforma de open finance baseada em blockchain e que ajuda outras empresas na implementação do PIX.

“A modalidade deve revolucionar o mercado brasileiro, criando um cenário favorável para a inovação, surgimento de novos produtos, serviços e até mesmo empresas”, comentou Francesco Miolo, CFO da Bit Capital.

E disse mais: “o novo sistema de pagamentos permite que novas empresas surjam com modelos de negócio disruptivos, que é algo que historicamente vem acontecendo a mercê das inovações do BC. Como exemplo, temos a criação da regulação de IPs, permitindo desenvolvimento acelerado do Nubank; e mais recentemente novas regras para formação de “instituições financeiras” (SEPs e SCDs), impulsionando a Creditas. O PIX oferece novas oportunidades para que haja maior inclusão financeira, melhora nas taxas e serviços compatíveis com a vida financeira de pessoas e empresas.”

Como funciona

A partir do dia 16 de novembro todas as pessoas e empresas estão aptas a utilizar o PIX em uma das 762 empresas que foram aprovadas pelo BC para oferecer o novo sistema, incluindo instituições financeiras, bancos, instituições de pagamentos, sociedades de empréstimo e sociedade de crédito direto.

“O PIX permitirá que empresas dos mais variados ramos consigam competir em pé de igualdade no mercado. Em dezembro, o BC abrirá novamente o cadastro, dessa vez sem prazo de encerramento, dando a oportunidade para que mais bancos, instituições de pagamento, varejistas, e-commerces, adquirentes e sub-adquirentes possam oferecer o serviço”, destaca Francesco.

Transações

As transações poderão ser realizadas 24 horas por dia, durante todos os dias, incluindo fins de semana e feriados, e serão totalmente gratuitas para microempreendedores individuais e pessoas físicas.

A mudança não acontece apenas na forma de transferência de dinheiro, mas também desencadeia uma série de melhorias operacionais. Com o dinheiro disponível na hora, não é mais necessário esperar que as transações sejam completas, como o pagamento via TED, que pode levar horas até estar disponível.

A ferramenta auxilia também na diminuição da desistência de vendas, já que não é mais necessário aguardar até dois dias úteis para que o pagamento via boleto caia na conta de um lojista, para só então disponibilizar o produto.

Integração

“Vale ressaltar que a nova infraestrutura permitirá também uma integração eficiente entre bancos e carteiras digitais, que até então não conversavam entre si, possibilitando o desenvolvimento de parcerias entre fintechs, varejistas e instituições tradicionais “, conclui Miolo.

As transações poderão ocorrer entre diferentes entes. Transações P2P – entre pessoas; transações P2B, entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo o comércio eletrônico; B2B; entre estabelecimentos, como o pagamento de fornecedores, e P2G e B2G, que são transferências que envolvem taxas governamentais, como o pagamento de taxas e impostos. O limite máximo das transações, que podem ser realizadas por meio de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga, é pré-estabelecido pelas regras de compliance de cada instituição.

Conciliação bancária

Diretor de Inovação e Produtos na Accesstage, techfin, que integra tecnologia e serviços para simplificar e promover maior performance na gestão financeira, Marcos Elias dos Santos, o PIx vai facilitar a conciliação bancária.

“De fato, o PIX tem potencial para revolucionar as transações eletrônicas no país. A velocidade e a praticidade que ele oferece para se fazer transferências de recursos entre contas em bancos e fintechs é imensa”, ressaltou.

E disse mais: “em uma análise mais profunda, já se especula se o PIX pode levar ao fim em longo prazo o TED e o DOC, uma vez que além da velocidade, ele também irá oferecer taxas muito mais competitivas sendo que a ideia do Banco Central é de que ele seja gratuito para o usuário final.”

Vai acelerar

Neste cenário, elencou, o PIX vai acelerar ainda mais a conciliação já que a transferência é realizada quase que instantaneamente o que vai facilitar muitos trâmites no momento de aferição.

No entanto, é bem verdade que neste 16 de novembro pouquíssimas empresas estarão 100% preparadas. A grande maioria dos ERPs, por exemplo, ainda não conta com campos específicos para o PIX.

“O PIX de fato vai facilitar e muito a vida, principalmente, da pessoa física. Vamos pensar que os clientes poderão fazer pagamentos em segundos utilizando apenas um QRCode ou uma chave para conta do recebedor e esse valor cairá em até 10 segundos, conforme estima o Banco Central. É quase como se ter dinheiro vivo, porém, de forma digital”, destacou.

E continuou: “segmentos como o logístico, que precisam de agilidade para pagar tributos que liberam a passagem de cargas irão se beneficiar muito com o ganho de tempo. As possibilidades de uso se abrem feito um leque, pois se pode, por exemplo, pensar que será possível fazer saques em qualquer estabelecimento. O cliente faz um PIX para a conta do local, uma padaria por exemplo, e saca o dinheiro no caixa. Por que, não?”

Filtro da cultura e costumes

Entretanto, frisou, tudo ainda vai passar pelo filtro da cultura e dos costumes. “Nem todo o sistema do próprio Banco Central está completo para o PIX. Uma série de funcionalidades ainda está por vir, como o pagamento agendado, por exemplo. Então, se pode estudar as possibilidades e ir se adaptando ao novo modelo de pagamento.”

Dadas as vantagens, disse, o PIX tem tudo ser um sucesso de público e crítica, mas pode ser implementado com segurança e respeitando o tempo de adaptação e necessidade de cada negócio.

PIX

PIX: tudo o que você precisa saber e mais um pouco

O PIX é o sistema de pagamentos eletrônicos do Banco Central (BC), lançado oficialmente nesta segunda-feira (16) depois de algumas semanas em uso por um público restrito em caráter de testes.

De acordo com instruções do próprio BC, para efetuar um pagamento pelo Pix será necessário entrar no seu aplicativo do banco e digitar a sua senha.

Significa dizer que toda operação será dentro da plataforma onde o cliente já possui conta. Por exemplo, se ele for usuário do aplicativo do Bradesco, bastará cadastrar uma chave do PIX dentro do app, pois o sistema do BC já estará naquela plataforma.

Isso vale para qualquer outro banco que já esteja autorizado pelo Banco Central a oferecer e operar o PIX. Muitos bancos tradicionais, bem como bancos digitais e até fintechs já possuem a autorização do BC para isso.

Estorno

Ainda com informações do BC, quando um DOC ou TED é efetuado, não existe estorno de pagamento. O que existe é, se alguma informação estiver errada, o retorno do dinheiro para a conta do cliente. Com o Pix será o procedimento será o mesmo.

Cashback

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que o Pix terá novas funcionalidades pela frente, como cashback e pagamentos programados.

Já o pagamento instantâneo pelo Pix funcionará 24 horas por dia, todos os dias do ano, a um custo operacional significativamente mais baixo que o de modalidades já consolidadas no mercado, como transferências do tipo TED ou DOC e pagamentos por cartões de crédito e débito. Segundo o BC, o custo do Pix é de 1 centavo para 10 transações.

As operações de pessoa física para pessoa física são gratuitas desde que feitas por meios eletrônicos. As compras feitas por cidadãos com o Pix tampouco podem ser tarifadas. Em contrapartida, os bancos poderão taxar as transações com Pix feitas entre empresas, tanto na ponta do pagador quanto do recebedor.

Transações

Essas transações poderão ser feitas com a utilização de chaves, como o número de celular, CPF, CNPJ ou e-mail.

Campos Neto afirmou que a chegada do Pix trará inclusão financeira, competição no sistema financeiro e oferta de novos produtos, além de eficiência e segurança aos usuários.

Cadastros

O volume de cadastros já ultrapassou 71 milhões de chaves Pix. Também já foram realizadas mais de 1 milhão e 900 mil transações entre instituições diferentes, com um montante financeiro que passou de R$ 780 milhões, disse o BC.

Cobranças

Com o Pix Cobrança, além de definir o valor, será possível configurar uma data futura de vencimento do pagamento, juros, descontos e multas, opções similares à emissão de boletos.

Analistas avaliam que os outros meios de pagamento continuarão a existir, como DOC, TED, boletos e cheques, mas há um entendimento de que o Pix poderá substituir determinados comportamentos financeiros conforme a popularização do seu uso.

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