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Economia

Pesquisa da Reuters indica que Ibovespa só deve se aproximar de máximas históricas em 2021

Com incertezas no cenário fiscal e segunda onda da pandemia, velocidade de recuperação do principal índice do país pode ser reduzida.

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Principal índice de ações do Brasil, o Ibovespa só deve voltar a se aproximar de suas máximas históricas a partir de meados do próximo ano, e ainda assim pode não confirmar o movimento com a iminência de uma nova onda de contágio pelo coronavírus e receios com o cenário fiscal no país, como mostra uma pesquisa da Reuters.

O Ibovespa deve zerar parte relevante do prejuízo com os efeitos econômicos da pandemia até o final de 2020, encerrando o ano com um salto de 70% em relação às mínimas registradas em março. No entanto, o índice ainda continuará relativamente distante do recorde obtido em janeiro, quando quase bateu 120 mil pontos.

Até o momento, o coronavírus já fez quase 170 mil vítimas no Brasil, maior mercado acionário da América Latina.

De acordo com projeções de estrategistas, o Ibovespa terminará este ano em 108 mil pontos, abaixo do fechamento da véspera e 6,6% menor do que o encerramento de 2019, e alcance 117.500 pontos até a metade de 2021, segundo a mediana de 10 estimativas compiladas pela Reuters entre os dias 12 e 23 de novembro.

“O aumento das incertezas e um possível movimento de lockdowns se repetindo na Europa e nas Américas trazem um cenário mais denso que, caso se concretize, reduziria a velocidade de recuperação do Ibovespa”, avalia Alexandre Jung, chefe de renda variável da Vero Investimentos.

Além disso, há outro motivo que corrobora as expectativas de que o Ibovespa não deve passar muito desse nível até o final de 2021; Trata-se da situação das contas públicas do país e dos próximos passos do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Na semana passada, a agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano “BB-” para o Brasil, com perspectiva negativa, e chamou atenção aos riscos fiscais do país em um cenário de incerteza em relação à política doméstica e segunda onda global da pandemia de coronavírus.

“Só uma definição sobre a agenda política e econômica fará com que os investidores voltem seus olhares para maior exposição em ativos de risco no país,” afirmou Jung.

MÉXICO

Ainda segundo a pesquisa da Reuters, o índice S&P/BMV IPC do México deve retornar aos níveis pré-coronavírus somente no final do próximo ano, avançando para 46.000 pontos, enquanto as previsões sinalizam que fechará 2020 em 41.500 pontos.

Embora distante do recorde registrado em 2017, que foi de 51.713,28 pontos, a previsão para 2021 foi muito mais otimista do que a estimada em pesquisa realizada três meses atrás, quando a projeção foi de 42.600 pontos. Isso é explicado pela especulação de que o banco central do México manterá sua postura ‘dovish’ para garantir uma recuperação econômica que carece dos grandes estímulos implementados pelos seus vizinhos.

“Como a taxa de juros do México provavelmente ficará em 4,0%, oferecendo rendimentos reais negativos, os investidores buscarão melhores retornos no mercado acionário local”, disse o analista-chefe de mercado da MetAnalisis, Gerardo Copca.

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