Economia
Vacina pode levar mais tempo para chegar a países emergentes
Implementações mais lentas para algumas economias podem adiar seu processo de recuperação.
Os mercados emergentes têm seguido em frente com a esperança de que vacinas contra a Covid-19 estarão disponíveis de forma abrangente em breve, mas analistas avaliam que o rali é grande demais considerando os riscos de implementações mais lentas para algumas economias, o que pode postergar seu processo de retomada.
Com diversas vacinas perto de uma liberação, incluindo pelo menos duas desenvolvidas nos mercados emergentes da Rússia e China, novas restrições orçamentárias no pagamento por elas e os desafios de armazenamento e distribuição enevoam as previsões para muitas economias.
Entre os primeiros a receber impulso com a chegada das vacinas estão Brasil, México, Indonésia, Índia e Rússia. Contudo, em grande parte dos mercados emergentes, a demanda pode superar a oferta, avaliam analistas.
A dificuldade de logística do transporte de suprimentos para algumas das regiões mais rurais de grandes nações como a Índia e os países mais pobres também pode causar dificuldades.
“Eu realmente acho que o ‘rali de alívio’ da vacina para mercados emergentes é exagerado e é mais baseado no sentimento do que na realidade”, disse a sócia-gerente da Kleiman International Consultants, Beth Morrissey.
“Embora eu acredite que uma série de vacinas possíveis será aprovada para uso global dentro de alguns meses, os desafios logísticos parecem ainda mais difíceis do que a produção de vacinas para impedir a propagação”, acrescentou.
Os investidores recuperaram alguma confiança nos mercados emergentes, apesar de terem enfrentaram dificuldades no início da pandemia, em fevereiro e março. Os fluxos para dívidas de países emergentes alcançaram seu quarto maior nível em uma única semana na semana até 18 de novembro. O índice da MSCI para ações e moedas emergentes estão rondando máximas em 34 e 30 meses, respectivamente.
Nessa perspectiva, os mercados podem não ter levado em conta totalmente os problemas comque alguns países lidam para vacinar seus cidadãos.
“Claramente, se as economias emergentes não conseguirem fazer com que a maioria da população receba vacinas, o impacto sobre os gastos do consumidor devido à necessidade contínua de lockdowns parciais e atividades de viagens moderadas será mais severo do que o precificado até agora”, afirmou Tatjana Puhan, da gestora de ativos Tobam.
Para Simon Quijano-Evans, economista-chefe da Gemcorp Capital, os mercados emergentes precisam de mais boas notícias sobre as vacinas nos próximos meses, principalmente antes do inverno no hemisfério sul. Segundo ele, para que o mundo todo atinja imunidade de rebanho, ainda há um rombo de pelo menos 1,6 bilhão de vacinas no próximo ano.
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