Microempreendedorismo não retoma crescimento após coronavírus e lockdown, mostra levantamento

O Índice SumUp do Microempreendedor revelou a maior queda no crescimento do setor nos últimos três anos no Brasil por conta do coronavírus e do lockdown.

Em abril deste ano, motivado pelo Covid-19 e isolamento social, o segmento de micro e pequenos negócios apresentou queda de 8%, indo contra o crescimento e estabilidade alcançados nos anos de 2018 e 2019 e as boas perspectivas que existiam anteriormente para 2020.

Coronavírus: o levantamento

O levantamento da SumUp é o primeiro no Brasil a medir a atividade econômica e o crescimento de micro e pequenos negócios, que além de revelar o momento do setor, é um termómetro sobre o consumo do brasileiro.

“O Brasil é um país com características empreendedoras únicas. Aqui, encontramos microempresários que desenvolvem produtos e serviços diversos e que se adaptam às suas necessidades financeiras e de seus clientes. Ter um índice que auxilie a identificar a evolução das empresas nacionais, amplia o acesso a informações e nos torna aptos a desenvolver soluções que contribuam para esse crescimento”, explica Fabiano Camperlingo, CEO da SumUp.

EAESP-FGV

Segundo Renan Pieri, Professor de Economia da EAESP-FGV e responsável por desenvolver a análise para a SumUp, “comparativamente a 2019, os meses de abril, maio e junho apresentaram a pior queda do varejo em 2020. O mês de julho foi marcado pela menor baixa do ano, o que pode significar um início de recuperação econômica gradual para o pequeno varejista. Tal dinâmica coincide com a reabertura econômica em grandes centros”.

Em outubro, o Índice registrou percentual de -7%, mantendo a oscilação do período. Para Peri, “o indicador dos meses seguintes deve continuar oscilando, mas com uma projeção de melhora em relação ao auge da pandemia até aqui. Ainda assim, deve ficar abaixo de 2019 durante o ano todo.”

Pesquisa

Para melhor compreensão deste cenário, a SumUp realizou uma pesquisa com mais de 4 mil microempreendedores para entender os impactos financeiros da Covid-19. O estudo revelou que, apesar de 57% dos respondentes já estarem com seus negócios funcionando normalmente, quase metade do número total de entrevistados ainda estão tentando se recuperar do período em que estiveram fechados, o que ajuda a compreender as oscilações constantes nas transações financeiras.