Economia
Indústria brasileira lida com inflação recorde de insumos em novembro, diz PMI
PMI do setor recuou a 64,0 em novembro, de 66,7 em outubro.
A indústria do Brasil registrou em novembro falta de matéria-prima, o que, juntamente com a depreciação do real, impulsionou um aumento histórico na inflação de insumos, mostrou nesta terça-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) da IHS Markit.
A alta nos custos de insumos e preços cobrados em ritmo recorde foi resultado da junção de escassez de matérias-primas, em parte por causa das restrições globais devido a pandemia, depreciação do real e demanda robusta por insumos, explicou a empresa que realizou a pesquisa.
Os produtores elevaram perceptivelmente a produção para lidar com o aumento contínuo nas vendas, mas ainda assim o PMI do setor recuou a 64,0 em novembro, de 66,7 em outubro, menor nível em quatro meses. Um PMI acima de 50 significa expansão da atividade.
Mas a IHS Markit destacou que o índice “assinalou a mais acentuada melhora na saúde do setor, superior a todas as outras registradas antes do surto da doença do coronavírus de 2019 (Covid-19)”.
“O setor industrial brasileiro continuou se beneficiando de um crescimento robusto em novembro. As taxas de expansão mensais de novos pedidos, produção e compra de insumos se atenuaram, mas permaneceram mais sólidas do que o observado antes do surto de Covid-19”, disse Pollyanna De Lima, diretora econômica da IHS Markit.
“Os comentários dos participantes da pesquisa sugerem que a desaceleração foi um reflexo principalmente da escassez de matérias-primas”, acrescentou.
Um crescimento significativo no volume de novas encomendas foi registrado, em meio a forte demanda, lançamentos, pedidos em larga escala e mais participação de mercado, explicou a IHS Markit.
Novos pedidos do exterior tiveram um aumento recorde e impulsionaram as vendas totais. A depreciação do real ante o dólar nos últimos meses foi uma faca de dois gumes, já que pressionou a inflação de insumos, mas melhorou a competitividade dos preços no mercado externo.
A pesquisa indica que a expansão da produção foi parcialmente limitada pela falta de materiais disponíveis para a conclusão dos pedidos em atraso. Dessa forma, os negócios pendentes aumentaram no mais ritmo já observado em quase 15 anos.
Também em novembro, o emprego no setor industrial brasileiro avançou pelo quinto mês consecutivo. Dos 21% de participantes que informaram crescimento, alguns citaram esforços de reposição de funcionários demitido por causa da pandemia, outros o otimismo em relação às perspectivas e outros a grande demanda.
Para 2021, a indústria prevê crescimento da produção, com mais publicidade, planos de ampliação da capacidade, mais investimentos e expectativas de aumento nas vendas.
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