Commodities
AgRural corta previsão para safra de milho verão do CS
Chuvas chegaram tarde para o extremo oeste do Rio Grande do Sul.
A produção de milho verão do centro-sul brasileiro foi projetada em 19,4 milhões de toneladas, contra 20,7 milhões na projeção de novembro e 19,7 milhões de toneladas na temporada 2019/20, com a quebra de safra devido ao tempo seco principalmente no Rio Grande do Sul prejudicando os volumes, estimou nesta sexta-feira a consultoria AgRural.
“Uma nova revisão concluída nesta semana pela AgRural fez mais um corte –o terceiro consecutivo– na expectativa de produtividade do milho verão 2020/21. O motivo é a irregularidade das chuvas nos Estados do Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde as boas chuvas iniciadas na semana passada chegaram tarde demais para áreas plantadas no fim de agosto e início de setembro”, disse a agência.
“As chuvas estancaram as perdas em algumas regiões onde a quebra não foi tão severa. Mas no extremo oeste do Rio Grande do Sul, que foi o epicentro dos problemas, já não tem mais o que fazer”, completou o analista Adriano Gomes.
Gomes também afirmou que chuvas ainda limitaram as perdas no sudoeste do Paraná e Santa Catarina.
No produtor de milho na primeira safra do Brasil, o Rio Grande do Sul, as perdas afetara as indústrias de ração, disparando os preços para o setor de carnes.
O Estado esperava, até o começo de novembro, uma safra de 5,7 milhões de toneladas, versus 3,9 milhões de toneladas em 2019, de acordo a estatal Conab, de um total projetado para o centro-sul do país de 20,6 milhões de toneladas.
A AgRural também previa produtividade em 110,1 sacas por hectare, possivelmente a mais baixa desde a safra 2014/15 no centro-sul. A Conab ainda espera por volta de 120 sacas por hectare, segundo relatório de novembro.
Recentemente, os preços recuaram em relação aos níveis recordes vistos mais cedo no ano com um real mais forte que o dólar. Ainda assim, estão em patamares historicamente elevados, cerca de 75 reais por saca (base Campinas-SP), segundo o Cepea.
O analista afirmou, quando perguntado se a seca no Sul já está precificada, que as quedas de preços registradas tanto no spot quanto para 2021 são resultado do câmbio. Contudo, ponderou que oferta da segunda safra, a maior do Brasil, é outro fator de alta, bem como a quebra pela seca no verão.
“Mas além da menor oferta de milho verão do que o esperado, a safrinha 2021 vai chegar mais tarde devidos aos atrasos na soja”, disse.
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