Ibovespa cai e investidores pessoas físicas compram mais; É hora de seguir investindo?

Se no passado os investidores pessoas físicas eram conhecidos no mercado por fugirem da bolsa quando o cenário ficava ruim, esse comportamento parece ter mudado. Entre o dia 19 de fevereiro e o fim da última semana, a interferência do governo na Petrobras reacendeu o temor de uma guinada populista, fazendo o Ibovespa cair dos 120.000 pontos para 110.000 pontos. 

No período, os investidores pessoas físicas foram responsáveis pela compra de R$ 9,25 bilhões a mais do que nas vendas de ações. Nessa dinâmica, as compras superaram as vendas em 17,23%.

Fundos brasileiros, os chamados investidores institucionais, também compraram mais do que venderam, finalizando o período com saldo positivo de R$ 1,96 bilhão de reais. Os estrangeiros, por outro lado, ficaram com o título de maiores vendedores, visto que retiraram R$ 11,35 bilhões. 

Ainda que a forte queda das ações tenha feito investidores buscarem por outras oportunidades, especialistas recomendam cautela neste momento. Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama, defende que não é o momento certo de comprar nem vender. 

“Não acho que o investidor deve tomar uma decisão agora. Ainda está tudo confuso e há muitos ruídos. Se agir por impulso, o investidor corre o sério risco de fazer uma má escolha”, ressalta Santo. 

Conforme Lucas Claro, analista do BTG Pactual digital, o Ibovespa não deve recuperar o patamar dos 120.000 pontos no curto prazo. “[O Ibovespa] deve ficar mais ‘amarrado’, com muita volatilidade, mas sem evoluir para um lado ou para o outro”, defende. 

De acordo com ele, a melhor opção é aguardar até que o mercado esboce algum sinal de melhora consistente. “Tem oportunidade na mesa? Sempre tem, mas não é o melhor momento de comprar.”