Bancos
Dívida dos brasileiros cresce na pandemia; veja dicas para renegociar
Apesar do cenário desafiador, o total de dívidas abertas por CPF caiu de 3,55 para 3,47 no fim do ano passado
A população brasileira viu sua dívida aumentar por conta da pandemia do novo coronavírus, bem como pelas medidas de contenção da covid-19.
A paralisação de empresas e indústrias arrochou a finança das companhias e, para ganhar um respiro, muitas congelaram contratos ou renegociaram salários e horas trabalhadas.
Assim, com menos dinheiro no bolso, o trabalhador médio foi obrigado a consumir menos e, em muitos casos, compromissos adquiridos foram atrasados. Mas, a cobrança sempre vem!
Para se ter ideia, a inadimplência no pagamento de contas de consumo ou de serviços básicos, como água, gás e luz, atingiu 23,6%, em dezembro.
Dívidas: dados
Levantamento da Serasa Experian indica que este é o maior valor de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2018.
O número representa um aumento de 0,8 ponto percentual em um mês. Para economistas, além do fim do auxílio emergencial, outro fator que contribuiu com o aumento da inadimplência é a alta dos preços dos alimentos e combustíveis nos últimos meses.
Ainda de acordo com o levantamento os calotes cresceram mês a mês desde o início da pandemia, em março. No período, o índice cresceu 2,1 pontos percentuais.
Professor do Ibmec RJ, Ricardo Macedo destaca que com o fim do auxílio emergencial, consumidores podem ter priorizado outros pagamentos e outros gastos, o que ajuda a explicar a alta da inadimplência nas contas básicas no mês.
Para ele, com o auxílio as pessoas conseguiam honrar seus pagamentos, mas depois houve o corte do benefício com o agravante de aumento do preço dos alimentos e combustíveis.
Assim, disse, as famílias com a renda mais baixa são muito impactadas porque a maior parte do seu orçamento é de gastos com estes itens, além do pagamento de contas básicas como gás e energia elétrica.
Entretanto, destacou, apesar da alta de endividamento destes compromissos, os dados da Serasa Experian mostram que o total de dívidas abertas por CPF caiu de 3,55 para 3,47 no fim do ano passado.
Dívida: renegociação
O levantamento mostra também que embora o atraso no pagamento das contas básicas tenha crescido, ainda assim os consumidores estão tentando renegociar suas dívidas.
A Enel, por exemplo, informou que o número de pedidos de parcelamentos de dívidas teve um aumento de 45% na Enel Distribuição Rio, comparando janeiro de 2021 com o mesmo período do ano passado. Em São Paulo, o aumento foi de 27%.
A Serasa avalia que, por conta da pandemia e do fim do auxílio emergencial, no fim do ano passado, os consumidores priorizaram o pagamento de contas bancárias.
Macedo lembra que como o setor financeiro facilitou as negociações, ampliando os prazos de quitação, as pessoas endividadas optaram por priorizar estes compromissos ante os demais.
8 dicas importantes
- Avalie a sua situação financeira;
- Estabeleça um limite para a parcela mensal;
- Priorize as dívidas mais caras;
- Faça uma proposta ao credor;
- Negocie com o credor;
- Pesquise as ofertas e condições de outros bancos;
- Frequente feirões de negociação;
- Atenção aos cálculos.
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