Economia
Bolsonaro autoriza empresas a comprarem vacinas e diz que não é negacionista
A informação foi dada pelo chefe do Executivo na quarta-feira (10)
O presidente Jair Bolsonaro autorizou empresas a comprarem vacinas contra Covid-19. Para isso, ele formatou um projeto de lei tratando da medida.
A informação foi dada pelo chefe do Executivo na quarta-feira (10) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá certificar a qualidade dos produtos.
O texto redigido pela equipe de governo determina que 100% das vacinas sejam doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), até que a vacinação do grupo prioritário esteja completamente finalizada.
Após a imunização dos idosos e profissionais de saúde – que possuem prioridade – as empresas devem doar 50% das vacinas adquiridas.
Entretanto, vale destacar que a vacinação não poderá ser cobrada e, portanto, deverá ser realizada de maneira gratuita.
Bolsonaro
O presidente afirmou, ontem, que comprou a vacina em agosto do ano passado, quando assinou Medida Provisória (MP) que abriu crédito para 100 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca. Por isso, alegou que não é negacionista e nem contra as vacinas.
A quantidade é suficiente para 47,5 milhões de pessoas — porque há uma perda operacional, o equivalente a 23% da população brasileira, de 210 milhões de habitantes.
O discurso de Bolsonaro de hoje dá sequência à mudança de declarações e atitudes que o presidente e sua gestão adotaram em 2020 em relação aos imunizantes.
Ano passado, Bolsonaro era crítico das vacinas e desautorizava compras em público. Agora, passou a mencionar os imunizantes de maneira mais frequente e positiva em 2021 enquanto seu governo avança na compra de mais doses.
Presidente
Na manhã de ontem, em conversa com apoiadores no jardim do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que não é negacionista e que não é contrário às vacinas. Ele e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, destacaram que a MP 994 foi assinada em 6 de agosto do ano passado.
“O pessoal fala que eu sou negacionista”, reclamou o presidente nesta quarta-feira. “Em agosto do ano passado, eu comprei a vacina.” A vacina da AstraZeneca é produzida em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em 19 de outubro, o ministério da Saúde deu passo à frente. A pasta negociou a aquisição de 46 milhões da CoronaVac, vacina do laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
No entanto, em 21 de outubro, depois das duas compras, Bolsonaro disse que “toda e qualquer vacina está descartada”. Ele disse que “tem que ter uma validade da Saúde e uma certificação por parte da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] também”. Ou seja, só poderia haver compras — passo anterior à aplicação — se houvesse a liberação da agência.
No mesmo dia 21 de outubro, o presidente desautorizou a compra da CoronaVac, chamando-a de vacina “chinesa”.
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