Economia
“Economia verde” pode ser o caminho para ganhos econômicos e ambientais no Brasil
Modelo econômico voltado para sustentabilidade pode render R$ 2,8 trilhões ao PIB Brasileiro.
Após o abalo provocado pela pandemia, o movimento de recuperação econômica pode gerar 2 milhões de empregos e somar R$ 2,8 trilhões ao PIB brasileiro. Além disso, o país poderia se tornar mais resiliente frente às mudanças climáticas. O Brasil pode alcançar esses feitos caso direcione os investimentos para uma economia mais verde.
Essa dinâmica representaria um aumento de 38% em relação ao PIB do ano anterior, que somou R$ 7,3 trilhões.
A estimativa foi apresentada no estudo Uma Nova Economia para uma Nova Era, realizado pelo WRI Brasil, com a UFRJ, ex-ministros de finanças do Brasil e executivos do Banco Mundial. O trabalho é parte da iniciativa global New Climate Economy, que busca apontar soluções para aliar o desenvolvimento econômico ao combate do aquecimento global.
A pesquisa apresentou propostas que poderiam ser utilizadas em três setores estratégicos da economia nacional. No campo da infraestrutura, abordou o desenvolvimento de “projetos de qualidade”, realizados sem causar prejuízos ao meio ambiente, utilizando de recursos renováveis, como a energia solar.
“Uma infraestrutura de qualidade reduz os custos e impactos da degradação ambiental e permite maior resiliência a eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes”, afirma o relatório.
Para a indústria, a proposta é inovar a partir do uso de tecnologias sustentáveis, que reduzam o consumo de combustíveis fósseis. Na agricultura, por sua vez, o estudo focou no uso mais eficiente do solo, reduzindo a pressão sobre a Amazônia. Uma nova frente de investimentos é a recuperação de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas, contribuindo com R$ 19 bilhões em produtividade agrícola até 2030.
Segundo a pesquisa, as ações em conjunto poderiam promover uma redução de 42% nas emissões de gases do efeito estufa até 2025, em relação a 2005.
Sobre o investimento em transportes, Carolina Genin, diretora de Clima do WRI e coordenadora do estudo, citou em entrevista ao Estadão: “Se vamos pensar em ter mais ônibus, que sejam elétricos. É uma questão ambiental, mas é também uma discussão para tornar a economia mais competitiva”.
A pesquisa apontou que as mudanças climáticas podem causar impactos ainda mais severos que o novo coronavírus. Por isso, diversos países estão trabalhando em prol de estudar medidas que tragam ganhos econômicos e climáticos.
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