Indústria de games bate recorde e aumenta a demanda por profissionais qualificados

Diante da pandemia do novo coronavírus, muitos hábitos tiveram de ser alterados e o ficar em casa acabou por interferir em alguns setores, como no de lazer. Com maior tempo livre, dentre as opções para preenchimento das horas vagas, o videogame se tornou um grande aliado na quarentena. 

Indicativos do setor apresentam um crescimento no interesse pelos jogos eletrônicos após o início das medidas de distanciamento social. Segundo a consultoria Comscore, responsável por mensurar os índices de audiência, foi registrado no Brasil a ascensão de 20% no uso de jogos on-line e em visitas a sites sobre games, entre 15 e 22 de março. Em junho, 84,1 milhões dos 122,7 milhões de brasileiros conectados fizeram uso desses conteúdos. 

O setor de games teve um boom no segundo trimestre de 2020, em meio à pandemia de Covid-19. A Sony teve o aumento de 149% no faturamento do setor games, ante o mesmo período de 2019. Entre abril e junho, 91 milhões de jogos do PlayStation 4 foram comercializados, com 83% de alta. Para a Microsoft, o rendimento no segmento games avançou 65%. Já a Nintendo mais que duplicou o faturamento, indo para US$ 3,4 bilhões, com expansão de 428% no lucro, comparado ao mesmo ciclo do ano passado. Isso, especialmente, após a venda de 12 milhões de cópias, em apenas 11 dias, depois mais 10,6 milhões no segundo trimestre, do console Switch.

“Em março, a gente percebeu a audiência dos games saindo de um patamar e indo para outro muito rápido. O crescimento foi de praticamente dois anos em três meses”, destacou o diretor-geral de Operações da Comscore no Brasil, Eduardo Carneiro. 

O cenário de expansão nos games acabou por exigir a expansão do time de profissionais especialistas na área, para atender à demanda. Mas, especialmente no Brasil, desenvolvedoras têm encontrado sérios percalços na contratação, pela ausência de mão de obra qualificada no mercado.