Bancos
Medida do BC agiliza recuperação de operações de câmbio
CMN ampliou, de US$ 100 mil para US$ 300 mil, limite por operação
“Ajudinha’ providencial do Banco Central (BC) está contribuindo para que as corretoras de câmbio recuperem o volume de negócios do período pré-pandêmico, mesmo que gradualmente.
Perto da marca – Segundo dados da autoridade monetária, compilados pela B&T Corretora, no primeiro semestre do ano (1S21), instituições não bancárias responderam por operações primárias de US$ 4,862 bilhões – exportações, importações e transferências de e para o exterior – montante 17% abaixo do verificado em igual período de 2019, de US$ 5,799 bilhões. Esse percentual, porém, cai para 9%, no confronto com o segundo trimestre do ano (2T21), o que aponta retomada mais rápida dos negócios do setor.
Limite ampliado – A chave para a tendência positiva atual se deve, ao anúncio do BC, que elevou – conforme diretriz do Conselho Monetário Nacional (CMN) – de US$ 100 mil para US$ 300 mil o limite por operação de câmbio realizada por instituições financeiras não bancárias, como como corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVMs), distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVMs) e corretoras de câmbio.
B&T supera – Exemplo de superação, o volume de operações da B&T, no primeiro semestre deste ano (1S21), já supera em 14% o apresentado em igual período de 2019. Segundo a sócia Vivian Portella, a corretora já ultrapassou os níveis pré-pandemia em 14%. “O aumento do limite, permitido pelo BC, serviu para ampliar a margem operacional, incentivando a busca de maior número de clientes”, assinala Vivian, ao acrescentar que a companhia decidiu criar um setor específico investimentos nessa área”.
Esteio dos negócios – A sócia da B&T destaca, ainda, que enquanto o câmbio turismo não ‘reagia’, operações de câmbio foram o ‘esteio’ das corretoras, isso sem contar com investimentos internos em digitalização, para agilização dos processos, além da atuação da área de marketing. Neste caso, a área procurou ‘cativar’ clientes, ante uma taxa de câmbio favorável às exportações – quando o dólar chegou a bater a marca de R$ 6.
Volatilidade vencida – Outra corretora que exibe bons resultados é a Advanced, que obteve um salto de 44% em suas operações no 1S21 em relação ao mesmo período de 2019. Uma vez passada a volatilidade característica da crise, o consultor econômico da empresa, Guacyro Filho, admite que a medida da autarquia “contribuiu muito para melhorar a captação de clientes”.
‘Palmo a palmo’ – Além disso, a determinação federal também está incentivando o aumento da competição neste mercado, que agora disputa ‘palmo a palmo’, com os bancos, nichos de clientes que buscam financiamentos na ordem de US$ 100 mil.
Mercado concentrado – Embora observe um mercado ainda muito concentrado por grandes players, o superintendente de câmbios do Banco Ourinvest, Bruno Foresti, reconhece – o que amorteceria o efeito da medida do governo pode servir para estes “sintam seu market share (nicho de mercado) ameaçado”.
Hedge cambial – A exemplo das empresas anteriores, a corretora ultrapassou em 91 o volume de operações primárias registradas antes da crise. Foresti comenta, ainda, a busca por hedge cambial tem aumentado muito nos últimos meses, acompanhando o movimento ascendente de exportações e importações, com direito à queda do ticket médio.
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