Economia
Ibovespa fecha estável em sessão com Fed e fiscal ainda no radar
O Ibovespa fechou sem variação nesta quinta-feira, em sessão sem tendência definida, com anúncio de mudança na estratégia de política monetária nos Estados Unidos, enquanto o cenário fiscal no Brasil manteve agentes financeiros melindrados.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou estável, a 100.623,64 pontos, tendo alcançado 101.547,82 pontos no melhor momento e 99.856,91 pontos na mínima do dia.
O volume financeiro somou 22,8 bilhões de reais, abaixo da média diária do mês, de 31,3 bilhões de reais.
Nos EUA, o Federal Reserve disse que buscará inflação de 2% em média ao longo do tempo, compensando os períodos abaixo desse percentual com inflação mais alta “por algum tempo”, e garantir que o emprego não fique aquém de seu nível máximo.
Apesar de ser “o presente que o mercado esperava”, conforme afirmou o diretor de operações da Mirae Asset Pablo Spyer, e ajudar o Ibovespa bater máxima da sessão, não foi suficiente para sustentar o fôlego.
Permanentes preocupações com as contas públicas no Brasil continuam minando o sentimento no mercado financeiro e inibindo o avanço na bolsa paulista.
“Os riscos fiscais aumentaram e provavelmente permanecerão pendentes para o mercado até que o governo apresente um plano confiável”, afirmou o Julius Baer, em comentário a clientes, reiterando recomendação ‘underweight’ para as ações brasileiras.
A agência de rating Moody’s chamou atenção para a questão fiscal, ressaltando que incertezas ligadas ao teto de gastos podem minar a recuperação econômica do país.
Na visão do diretor de investimentos da Kilima Gestão de Recursos, Eduardo Levy, incertezas com o ambiente político-econômico no país estão reduzindo a liquidez na bolsa.
“Investidores estrangeiros e institucionais parecem esperar uma sinalização mais certa para cima ou para baixo do governo, e aí a bolsa fica muito a mercê de fluxos mais leves de pessoas físicas”, acrescentou.
Dados de participação de investidores no segmento Bovespa mostram queda na fatia de pessoas físicas no total negociado em agosto, para 22,5% até o dia 25, de 26,9% em julho. Já a de institucionais aumentou para 25,9% e a de estrangeiros, a 46%.
DESTAQUES
- BRADESCO PN valorizou-se 1,5% e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,64%, com ações de bancos recuperando-se de fortes perdas na véspera.
- VALE ON caiu 1,55%, na esteira da queda do minério de ferro na China, enquanto o setor de mineração teve desempenho misto, com CSN ON indo na mão contrária, com alta de 2,33%.
- MAGAZINE LUIZA ON fechou em alta de 2,03%, a 91,98 reais, renovado recorde de fechamento. Na máxima, chegou a 92,12 reais. Na véspera, a varejista anunciou recompra de até 10 milhões de ações com prazo de 18 meses.
- GOL PN e AZUL PN avançaram 4,27% e 3,61%. Nesta semana, relatório do BTG Pactual citou reunião com executivos da Azul, em que a aérea disse que as negociações com o BNDES estão em estágio final, mas que não há decisão ainda.
- YDUQS ON recuou 7,48%, após reportar prejuízo no segundo trimestre, refletindo maiores provisões para perdas esperadas com calotes e a concessão de maiores descontos a alunos, em meio aos efeitos da Covid-19.
- BR DISTRIBUIDORA ON caiu 3,27%, após o conselho de administração da Petrobras aprovar na quarta-feira proposta para venda da participação remanescente de 37,5% detida pela estatal da distribuidora de combustíveis.
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