Havan entra com pedido de IPO. Valor especulado é de R$ 100 bilhões

A rede varejista Havan deu entrada com o pedido de registro para sua oferta pública inicial (IPO) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Embora a especulação seja de que a empresa pretenda estrear avaliada em 100 bilhões de reais, o valor do negócio ainda não foi decidido. A operação é uma das mais esperadas do ano. 

Se a quantia de três dígitos de bilhão for confirmado, esse será o primeiro IPO com esse valor já realizado na B3. Por enquanto, o objetivo da Havan é obter 5 bilhões de reais no caixa em uma emissão primária para investir na expansão física, melhorias digitais e fortalecimento do capital de giro. 

É possível que a operação consiga atingir 10 bilhões de reais, tornando-se uma das maiores estreias no valor da oferta deste ano. O coordenador líder da emissão é o Itaú BBA e o sindicato de bancos é concorrido, tendo XP Investimentos, BTG Pactual, Morgan Stanley, Bank of America, Bradesco BBI, Safra e Santander. 

Se o plano da Havan for mesmo estrear com o valor de 100 bilhões, sua avaliação vai corresponder a mais de 130 vezes o lucro líquido registrado em 2019, que foi de R$ 756 milhões. No entanto, ser avaliado nessa quantia e fazer uma oferta de 10 bilhões é um desafio. Afinal, essas transações equivalem a colocar no mercado uma fatia de apenas 10% do capital em circulação. O mínimo exigido pelo Novo Mercado é 25%, apesar da bolsa permitir exceções. 

Em março deste ano, a Havan anunciou seu plano de transformação digital. Segundo informações do prospecto preliminar da oferta, o site Havan.com teve 39 milhões de acessos em 2019. As vendas, por sua vez, somaram R$ 77 milhões, para uma receita líquida total de R$ 7,9 bilhões. A empresa também apresenta planos para fortalecer o aplicativo, iniciar a transformação de suas lojas em mini-centros de distribuição para entregas e ainda lançar um banco digital. 

Apesar de algumas lacunas no prospecto da oferta, o fundador da Havan, Luciano Hang, enviou uma espécie de “carta aos investidores”. Com tom emotivo, o empresário conta como foi o processo de criação do negócio, aos 24 anos de idade, e que hoje é capaz de oferecer uma variedade de 250 mil tipos de produto em sua rede varejista.