Agronegócio
Escassez global de contêineres gera prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão
Movimentação de contêineres no Brasil cresceu em 2021, com um aumento de 16,5% comparado ao ano passado
Neste ano, segundo levantamento preliminar da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), juntamente com o setor de contêineres, a escassez global de contêineres teve um impacto nos embarques de recursos que deixaram de entrar no país devido à falta do mesmo, gerando multas e prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão sobre a receita das exportações do agronegócio brasileiro.
Para tratar a falta de contêineres, representantes do agronegócio tentam diálogo com o governo, Ministério da Economia e Ministério da Infraestrutura desde o fim de agosto.
De acordo com o estudo feito, “não se trata de alterar as leis de mercado […], mas sim de olharem o Brasil como um provedor de alimento para o mundo”. Dessa forma, o setor pede uma “reunião urgente” para que seja apresentado um plano para escoar as cargas que estão paradas nos portos.
Além disso, a Comissão Marítima Federal (FMC), está acompanhando o problema nos portos para averiguar e tentar impedir os impactos sobre os produtos americanos.
Informações sobre exportações de carne bovina, papel e celulose foram deixadas de lado. O agronegócio brasileiro exportou cerca de US$ 83,6 bilhões entre os meses de janeiro a agosto. Além disso, entre os meses de janeiro a julho, exportações de aves, ovos e suínos também tiveram grande impacto, com prejuízo de cerca de US$ 436,9 milhões. Entre os meses de maio a agosto, o setor de café totalizou US$ 500 milhões em prejuízo, e o tabaco US$ 170 milhões entre junho e julho.
Já em relação a concentração de armadores, houve crítica por parte dos exportadores brasileiros do agro, sendo que cinco armadores detêm cerca de 65% do mercado global. Além disso, os exportadores pedem a entrada de novos armadores, para que haja maior disponibilidade de contêineres devido ao fato das transportadoras estarem priorizando rotas mais vantajosas ao invés de garantir fluxo para as necessidades brasileiras.
De acordo com o coordenador do EsalqLog/USP, Thiago Péra, “há um problema global, mas ele não ocorre apenas no Brasil, estamos em uma fase de muita demanda e o arranjo é demorado”. O coordenador ainda ressalta que devido ao aumento do preço do frete, competitividade dos exportadores caiu.
Em relação ao ano anterior, a demanda de grandes economias por contêineres não era tão alta como a deste ano, porém, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a movimentação de contêineres no Brasil cresceu em 2021, com um aumento de 16,5% comparado ao ano passado.
Além disso, outro setor afetado pelo problema seria a importação de insumos importantes para a alimentação dos animais de abate. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), representante das empresas Aurora, BRF e Seara (JBS), disse que o frete de vitaminas e aminoácidos necessários saiu de US$ 2 mil por contêiner para US$ 12 mil, prejudicando assim, a importação dos insumos.
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