Economia
Exterior positivo, prévia do PIB e crise energética pautam Ibovespa da sexta
Bancos ianques superam expectativa; termômetro da economia e ‘canetada’ presidencial mexem em cotações
Animados pelos bons resultados dos bancos norte-americanos e inflação na meta (na terra do Tio Sam), os mercados mundiais operam no ‘positivo moderado’, a exemplo dos índices futuros americanos dessa sexta-feira (15), que ensaiam leve alta.
Boa expectativa – A expectativa de analistas é de que se mantenha o movimento ascensional da véspera (14), quando o S&P subiu 1,71%, seu melhor desempenho desde março; o Dow Jones cresceu 1,55%, após quatro dias de perdas, e o Nasdaq, com alta 1,73%, melhor variação desde maio.
Ásia positiva – Reverberando na mesma toada, as bolsas asiáticas também decolaram, com destaque, anunciado, para os papéis da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, valorizados hoje (15) em 4,71%, após a divulgação de resultados muito positivos, relativos ao terceiro trimestre do ano (3T21), período em que obteve receita de US$ 156,3 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 5,57 bilhões), superando muito a previsão de analistas da Refinitiv, que estimaram US$ 149 bilhões de dólares taiwaneses.
“Riscos improváveis” – Também em destaque na agenda internacional, a manifestação do banco central da China a respeito da crise imobiliária precipitada pela pré-falida incorporadora Evergrande – a segunda maior do gigante asiático – que deve US$ 300 bilhões, montante cujo teor explosivo global ainda não foi desativado. A despeito desse risco, o BC chinês alegou que os riscos para o sistema financeiro, decorrentes dos problemas da incorporadora (Evergrande), “são controláveis” e “improváveis de se espalharem”, foi o único argumento da autoridade monetária chinesa.
‘Princípios de mercado’ – Colocando ‘água na fervura’ da questão, o diretor do departamento de mercados financeiros do Banco Popular da China, Zou Lan, garantiu, nessa sexta (15), que “autoridades e governos locais estão resolvendo a situação com base em princípios orientados ao mercado e no Estado de direito”. Além da declaração de Lan, o BC chinês ‘instruiu’ o mercado local a manter ‘estável e ordenada’ a oferta de crédito ao setor imobiliário”.
Europa sobe leve – Ao mesmo tempo, na Europa, o rebatizado índice Eurostoxx – formado pelas ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – registra avanço de 0,3%, beneficiado por resultados positivos de empresas na área de Saúde.
Demanda cresce – No mercado de commodities, destaque para a previsão da Agência Internacional de Energia (AIE), segundo a qual “altas de preços do gás natural poderão impulsionar a demanda por petróleo por parte de geradoras de energia”. Revertendo ganhos recentes, os preços do minério de ferro, negociado na Bolsa de Dalian (China), registraram queda.
Volatilidade à vista – No plano doméstico, o investidor fica de olho na prévia mensal do PIB, com a divulgação do IBC-Br de agosto (recuo de 0,05%, no comparativo mensal, pelo consenso Refinitiv), assim como acompanha o vencimento de opções sobre ações, evento que pode trazer alguma volatilidade à bolsa brasileira, que poderá acompanhar, no encerramento da semana, o viés externo favorável. Na quinta (14), o Ibovespa fechou em leve baixa de 0,24%, influenciado por ações de empresas ligadas ao consumo interno.
Recuo do IGP-10 – Também no radar, a divulgação do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), com previsão de queda de 0,31% em outubro, a segunda seguida, pois em setembro já havia recuado 0,37%, e o leilão de swap extra, pilotado pelo BC, com previsão de oferta de 20 mil contratos (US$ 1 bilhão).
Palestras de BCs – Ainda nessa manhã (15), o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra participa de live, organizada pela Upon Global, sobre “Cenário e perspectivas de 2022 do Brasil e Global”, enquanto que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, profere palestra, no início da tarde, em evento do Goldman Sachs. Seu colega ianque do Fed, John Williams, faz o mesmo, meia hora antes.
‘Canetada tarifária’ – Sob argumento questionável, o presidente anunciou que irá ‘determinar’ ao seu superior de patente, ministro de Minas e Energia, almirante de esquadra Bento Albuquerque, que “suspenda a aplicação da bandeira tarifária vermelha nas contas de luz e retome a cobrança normal a partir de novembro próximo mês”. Na avaliação do ocupante do Planalto, “o país encontrava-se na ‘iminência de um colapso’ na questão da energia elétrica, mas as chuvas dos últimos dias melhoraram a situação”.
Investimento de R$ 20 bi – Na economia real, o fato é que o governo, sem poder contar com a energia gerada pelas hidrelétricas – a maior parte ainda com reservatórios abaixo do mínimo – terá de investir R$ 20 bilhões nos próximos 10 anos em renovação e ampliação do parque nacional de usinas termelétricas movidas a carvão mineral, iniciativa já rechaçada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujo informe esclarece que a instituição “apoia somente projetos de energia limpa e que, até segunda ordem, não pretende financiar o programa”.
BC ‘confortável’ – Na linha de combate inflacionário, destaque para as explicações da diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Fernanda Guardado, para quem a autoridade monetária brasileira estaria “muito confortável com o ritmo de aperto monetário que adotou, em referência à alta de um ponto porcentual nos juros básicos, aplicada nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) ”. Caso seja mantida (a inflação) nesse ritmo (atual), acrescenta ela, “o BC entregará a inflação na meta no ano que vem”. No paralelo, fica o entendimento que poderá haver nova alta da Selic (6,25% ao ano hoje) na próxima reunião do Copom.
Desonera já – Selando a agenda, a expectativa do relator da proposta de desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), de que, na próxima segunda (18) a questão já esteja resolvida, seguindo para votação pela comissão de Finanças e Tributação da Câmara, presidida atualmente pela Bia Kicis (PSL-DF).
Principais indicadores
Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,38%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,32%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,26%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,22%
*Dax (Alemanha), +0,36%
*CAC 40 (França), +0,43%
*FTSE MIB (Itália), +0,57%
Ásia
*Nikkei (Japão), +1,81% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,4% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,48%
*Kospi (Coreia do Sul), +0,88%
Commodities e Bitcoin
*Petróleo WTI, +0,91%, a US$ 82,05 o barril
*Petróleo Brent, +0,92%, a US$ 84,77 o barril
*Bitcoin, +2,47% a US$ 59.083,08
*Sobre o minério de ferro: **O minério negociado na bolsa de Dalian teve queda de 0,96%, a 723,5 iuanes, o equivalente a US$ 112,51.
USD/CNY = 6,43
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