Economia
“Caminhoneiros não querem migalhas”, declara dirigente da ANTB após fala de Bolsonaro
De acordo com o representante, categoria de trabalhadores busca mudanças na política de preço dos combustíveis.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que vai ajudar financeiramente os caminhoneiros autônomos com um auxílio no valor de R$ 400. O intuito é compensar o aumento do preço do diesel, fator que tem deixado a categoria descontente.
Leia mais: A pedido de Bolsonaro, famílias em situação de pobreza vão receber R$ 400 no Auxílio Brasil
No entanto, segundo José Roberto Stringasci, atual presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), uma das entidades que representa os caminhoneiros autônomos do país, o anúncio parece não ter agradado os trabalhadores. “A categoria está, em massa, repudiando essa fala dele. A gente não quer migalhas e não está mendigando nada”, disse.
De acordo com o dirigente, o que a categoria busca são mudanças na política de preço dos combustíveis. “Ele acha, com essa proposta, que a categoria é semianalfabeta, ignorante. Não dá para entender. Ele deve estar muito mal assessorado”, declarou Stringasci.
Auxílio diesel
Durante discurso feito em evento no Pernambuco na última quinta-feira, 21, Bolsonaro declarou que pelo menos 750 mil pessoas serão beneficiadas com o auxílio diesel. O chefe do Executivo, no entanto, não declarou como será a captação dos recursos para cobrir as novas despesas.
“Fazemos isso porque é através deles [caminhoneiros autônomos] que os alimentos chegam nos quatro cantos do país”, disse o presidente. O anúncio de Bolsonaro, por outro lado, repercutiu negativamente em meio à categoria, que, em certa parte, foi a favor da sua candidatura como presidente em 2018.
Atualmente, o diesel conta com alta acumulada (desde janeiro até agora) de 37,99% nas bombas. O combustível é comercializado hoje em dia na faixa de R$ 4,976, segundo dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
“Ele [Bolsonaro] disse em campanha que quem resolve o problema de preços dos combustíveis no Brasil é o presidente da República. Então, agora, ele vai ter que resolver”, concluir o dirigente da ANTB.
No dia 1º de novembro, os caminhoneiros autônomos seguem mantendo a paralisação nacional como forma de protestar conta os altos dos combustíveis e reivindicar por práticas de preços mais realistas.
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