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Agronegócio

112 mil toneladas de carne bovina do Brasil enviadas à China estão paradas em portos à espera de liberação

Depois de sete semanas de suspensão do comércio, exportadores estão tentando redirecionar a mercadoria para outros países asiáticos

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Após dois casos atípicos de vaca louca terem sido notificados em Minas Gerais e Mato Grosso, as exportações de carne bovina brasileira para a China foram suspensas desde o dia 4 de setembro. Apesar disso, diversos frigoríficos nacionais embarcaram carne bovina para o país após essa data.

Cerca de 112 mil toneladas de carne foram enviadas para a China, mas estão paradas nos portos à espera de liberação. Devido a isso, alguns exportadores estão tentando redirecionar a mercadoria para outros países asiáticos.

Os dois países atenderam a um protocolo sanitário que suspendia a exportação, e a decisão de retomada depende da China, que ainda mantém o veto.

Por conta do veto à exportação da carne brasileira, o Ministério da Agricultura emitiu um ofício para direcionar os frigoríficos que possuem estoques do produto. O documento autoriza a estocagem de produtos fabricados antes do embargo em contêineres refrigerados em até 60 dias no pátio interno do frigorífico.

De acordo com Lygia Pimentel, economista da Agrifatto, “esses primeiros lotes que chegaram lá eles [os exportadores] receberam até o restante do pagamento. Então o importador quer receber a mercadoria. Os estoques chineses estão baixos, a gente sabe que já falta mercadoria nos distribuidores”. A economista ainda acrescenta que “a alfândega não autorizou o despacho e recomendou que se retire essas cargas dos portos e que elas sejam realocadas ou retornem para o Brasil”.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 8 mil toneladas de carne bovina são exportadas pelo Brasil por dia. Com o veto da China, as exportações totalizaram 4,5 mil toneladas por dia, quase metade do que era embarcado anteriormente.

Já para o economista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Thiago Bernardino de Carvalho, o adiamento da retomada do comércio pela China é para renegociar o contrato por um valor mais atraente a fim de estimular o consumo de carne suína.

“O chinês aprendeu a comer carne bovina, só que ele vem pagando, sequencialmente, nos últimos meses, cada vez mais caro pela carne bovina brasileira. A China está em um momento de renegociar preço pensando na economia local. Realmente simular a volta do consumo de carne suína”, afirma.

Jornalista desde 2015. Pós graduada em Comunicação e Marketing desde 2020. Contadora de histórias desde sempre.

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