Conecte-se conosco

Agronegócio

De acordo com Ipam, 75% do desmatamento em florestas públicas na Amazônia é ocupado por pastagens

Cerca de 44% de todo o desmatamento na Amazônia ocorreu em terras públicas, e 67% do desmatamento registrado nas terras públicas aconteceu em florestas não destinadas

Publicado

em

Nesta semana, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), publicou um estudo feito, onde as pastagens ocupam 75% das áreas desmatadas em terras públicas destinadas na Amazônia.

As terras públicas são áreas sob o domínio e responsabilidade da União e dos Estados, podendo ser destinadas, como as Terras indígenas e unidades de conservação, ou não destinadas.

Um total de 21 milhões de hectares, cerca de 8% das florestas públicas existentes da Amazônia Legal foram desmatadas entre os anos de 1997 e 2020. A área devastada pode ser comparada ao estado do Paraná, sendo maior que a região.

Ao todo, a Amazônia Legal tem 276,5 milhões de hectares de florestas públicas. Segundo o Ipam, nos últimos dez anos o desmatamento de terras públicas se intensificou, registrando 52% de desmatamento na área.

Além disso, a emissão de gases de efeito estufa corresponde a cinco anos de emissões nacionais de gases de efeito estufa do Brasil, chegando a 10,2 gigatoneladas de CO2.

De acordo com o estudo do Ipam, nos dois últimos anos, 44% de todo o desmatamento na Amazônia ocorreu em terras públicas, e 67% do desmatamento registrado nas terras públicas aconteceu em florestas não destinadas.

Além disso, em terras devolutas e florestas não destinadas na Amazônia, a conversão da floresta em pasto é regra. O boi criado nessas áreas públicas desmatadas e griladas é vendido para outras fazendas, de acordo com a nota técnica do estudo.

“Mais cedo ou mais tarde, acaba invariavelmente em um frigorífico. Como as empresas não monitoram o cumprimento de regramentos sociais e ambientais de seus fornecedores indiretos, ele não é computado como carne de desmatamento ilegal”.

De acordo com o pesquisador sênior do Ipam, Paulo Moutinho, “a grilagem é um fator de risco para o equilíbrio climático do planeta, e ainda carrega para o setor da pecuária dois problemas: ilegalidade e mais emissões de gases do efeito estufa”.

Além disso, o levantamento feito pela MapBioma mostrou que entre os anos 1985 e 2019, a agropecuária foi responsável por cerca de 90% do desmatamento da vegetação natural do Brasil.

Jornalista desde 2015. Pós graduada em Comunicação e Marketing desde 2020. Contadora de histórias desde sempre.

Publicidade
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

MAIS ACESSADAS