Mundo
OMS autoriza uso de emergência da vacina indiana Covaxin
OMS afirmou que seu grupo de assessoria técnica avaliou que os benefícios do imunizante contra a covid-19 superavam significativamente os riscos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu hoje (3) licença para uso de emergência de vacina Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech da Índia, oferecendo garantias para o produto que os reguladores do país já tinham autorizado há meses.
Leia ainda: Covid-19: governo proíbe demissão de quem recusar a vacina
Pelo Twitter, a OMS afirmou que seu grupo de assessoria técnica avaliou que os benefícios do imunizante contra a covid-19 superavam significativamente os riscos e que ele atende aos padrões da organização para proteção contra a covid-19.
A decisão torna o imunizante a oitava vacina contra a covid-19 a receber luz verde da OMS.
“Essa decisão de uso de emergência amplia a disponibilidade de vacinas, a ferramenta mais eficaz de que dispomos para acabar com a pandemia”, disse Mariângela Simão, diretora-geral assistente para o acesso a medicamentos e produtos de saúde.
A Covaxin foi desenvolvida pela Bharat Biotech, em parceria com o Conselho Indiano para Investigação Médica, o órgão máximo de pesquisa do governo.
A decisão sobre a Covaxin, que era esperada na semana passada, foi adiada porque o grupo consultivo da agência buscou esclarecimentos adicionais da farmacêutica antes de conduzir uma avaliação final de risco-benefício para o uso mundial da vacina.
O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS também recomendou o uso de Covaxin em duas doses, com um intervalo de quatro semanas, em todas as faixas etárias acima de 18 anos.
Vírus desativado
A vacina é feita utilizando o vírus desativado, para proporcionar resposta imune e é administrada em duas doses.
A OMS afirmou que a vacina foi considerada 78% eficaz na prevenção da covid-19 grave e “extremamente adequada” para países pobres, devido a procedimentos de armazenamento mais fáceis.
Um grupo de especialistas convocado pela OMS defendeu que são insuficientes os dados sobre a segurança da vacina em mulheres grávidas. Estudos estão sendo feitos para analisar a questão.
O regulador de medicamentos indiano autorizou a Covaxin em janeiro, meses antes de os testes em humanos estarem completos, causando preocupação nos especialistas quanto à administração prematura da vacina.
A Bharat Biotech publicou resultados em julho, revelando que o imunizante tinha eficácia de 93% na prevenção da covid-19 grave e de cerca de 65% contra infecções pela variante mais contagiosa, a Delta.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tomou a primeira das duas doses em março.
Em meados de outubro, mais de 110 milhões de doses da vacina haviam sido administradas, fazendo da Covaxin a segunda mais usada contra a covid-19 na Índia, seguida pela Pfizer e a AstraZeneca.
Brasil
No Brasil, a vacina foi alvo de investigação por parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado este ano. Após denúncias de irregularidades envolvendo a negociação do imunizante com o Ministério da Saúde, o contrato para aquisição de 20 milhões de doses ao custo de R$ 1,6 bilhão foi cancelado em agosto pela pasta, antes que qualquer valor fosse pago.
*Com informações da Reuters e da RTP
Matéria atualizada às 13h36 para acréscimo de informações.
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