Vendas no varejo recuam 1,3% em setembro na comparação mensal

As vendas no varejo do Brasil recuaram muito acima do previsto em setembro, um claro sinal de que a inflação tem imposto dificuldades à recuperação do setor varejista. Em setembro, a queda foi de 1,3% em relação a agosto, quando as vendas varejistas despencaram 4,3% na comparação mensal.

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O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as perdas são mais profundas que os 0,6% esperados em pesquisa da Reuters. O recuo em setembro foi de 5,5% se comparado ao apurado em igual mês do ano passado, resultado ainda pior. A previsão nesse cenário era de queda de 4,25%.

“O componente que joga o volume para baixo é a inflação. As mercadorias subiram de preço. O crédito de pessoas físicas e jurídicas diminuiu, os juros aumentaram e ainda tem a inflação para influenciar o poder de compra dos consumidores”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

A inflação oficial no Brasil fechou setembro em 1,16%, seguindo a tendência de outubro, quando chegou a 1,25% na base mensal.

Supermercados lideram perdas

A pesquisa analisou oito atividades, das quais seis tiveram queda. As maiores foram nas categorias Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%), Móveis e eletrodomésticos (-3,5%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,6%).

Entretanto, os grandes vilões de setembro foram os Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que despencaram 1,5%.

As vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos aumentaram 0,1%, enquanto as de Livros, jornais, revistas e papelaria continuaram estáveis.

Segundo Santos, o setor varejista tenta se recuperar da pandemia enquanto luta contra desemprego e inflação, o que imprime volatilidade aos resultados. “Não há como expandir gastos e compras com crédito mais caro, renda menor e inflação”, finalizou.