Ações, Units e ETF's
Tombo mundial com variante da covid-19; queda de casos no Brasil e precatórios em risco pautam sexta do Ibovespa
Surto do vírus na África do Sul coloca mercados ‘no vermelho’, ampliando adoção de lockdowns na Europa
O espectro sombrio da nova variante da covid-19 – que poderia sofrer dezenas de mutações – descoberta na África do Sul, derruba as bolsas mundiais e reacende a aversão ao risco global. O impacto da informação foi tal que ‘contaminou’ as commodities, como o petróleo, a exemplo do ETF iShares MSCI Brasil, que recuava 3,72% nessa sexta-feira (26).
Futuros recuam – De volta do feriado de Ação de Graças ontem (25), os índices futuros estadunidenses recuam, numa sessão que deverá ser mais curta do que de costume, mas já refletindo o novo alerta pandêmico africano. Contribui para o azedume do cenário, a divulgação de números, acima do esperado, em relação a gastos do consumidor e aumento dos pedidos de seguro-desemprego na economia mais rica do planeta.
Treasuries em queda – Também na terra de Tio Sam, o rendimento dos títulos do Tesouro (Treasuries) com vencimento em dez anos cai de 1,65% para 1,538%, enquanto que, na semana, o Nasdaq recua 1,3%; o S&P tem alta pífia de 0,1%, e o Dow Jones avança 0,6%.
Ásia encolhe – As bolsas asiáticas, por sua vez, também recuaram, reforçando o temor do continente mais populoso do mundo ante o risco de novo surto pandêmico de proporções ainda imprevisíveis. A tensão no mercado local aumentou após ter sido identificada uma variante da covid-19 africana em um dos seus principais centros financeiros, Hong Kong, cuja bolsa caiu e arrastou, ainda, a do Japão também.
Itália prepara lockdown – Na Europa, depois do lockdown austríaco, agora a Itália (onde a doença oriental fez mais vítimas no continente) acena com medidas anti-covid mais rígidas, enquanto a Alemanha ainda avalia o melhor momento de decretar o seu lockdown. O cenário dantesco foi decisivo para também derrubar as bolsas europeias, com destaque negativo para papéis dos setores de viagem e lazer.
Reunião de emergência – Diante da constatação, até agora, do potencial contaminante do vírus de origem chinesa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou uma reunião de emergência hoje (26) para ‘aprofundar’ o estudo da nova variante, detectada em poucos casos, ainda, na África do Sul.
Voos proibidos – Adiantando-se a um provável repique da crise sanitária, o secretário de estado do Reino Unido para saúde e assistência social, Sajid Javid, embora admita serem necessários “mais dados” sobre o problema, determinou a proibição de voos, com origem em seis países africanos, para o país.
Diversidade atípica – Batizada de B.1.529, a nova variante apresenta uma diversidade atípica de mutações, ‘muito diferente das versões anteriores’, assinala o professor de duas universidades sul-africanas, Túlio de Oliveira.
Esperança frustrada – Ao admitir ‘a grande preocupação’ com a nova variante da doença pandêmica, o ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, comentou “tínhamos esperança de um intervalo mais longo entre as ondas, que possivelmente duraria até o fim de dezembro ou até mesmo janeiro do próximo ano”.
Casos registrados – No país afro-meridional, já foram registradas 2.465 infecções na quinta última (25), depois de marcar 900, dois dias antes. Já a taxa de positividade – proporção entre casos e testes – subiu para 6,5%.
Panorama tranquilo – Do outro do Atlântico, o panorama na terra de Pindorama permanece calmo e tranquilo, com a média móvel de mortes por covid-19 recuando 17%, se comparada com a registrada 14 dias antes, conforme informações do consórcio de veículos de imprensa. Aqui, o número oficial de mortos em um dia é de 281.
‘Sem necessidade’ – “Não precisa, não impede a transmissão da doença”, reagiu o ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres, ao ser questionado sobre a exigência de apresentação de certificado de vacinação contra o vírus chinês por estrangeiros com entrada no país, o que contraria recomendação feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no sentido de que o documento fosse apresentado por quem cruza a fronteira do Brasil. “Ainda não há nada decidido ainda”, amenizou Torres.
Commodities em baixa – No que toca às commodities, os preços do petróleo sofrem baixa, o mesmo ocorrendo com o minério de ferro, por conta do temor global com a nova variante da covid-19, após o chefe da Autoridade Internacional de Energia (AIE), Faith Birol, criticar, nessa sexta (26), o que chamou de “pressão artificial” dos mercados de energia, ao citar especificamente a oferta adicional de 6 milhões de barris por dia. “Alguns países não adotaram uma posição positiva nesse contexto”, completou, ao final, Birol.
MP aprovada – Na agenda econômica do Congresso, a informação mais relevante é a aprovação do texto-base da Medida Provisória (MP) que cria o Auxílio ‘pleito’ Brasil que, no entanto, ainda terá de passar pelo crivo do Senado, onde precisa ser aprovada até 7 de dezembro para continuar em vigor.
Mudança de critérios – Entre as mudanças inseridas no relatório da MP, destaque aquela que amplia os critérios de acesso per capita (por pessoa) ao programa, cujos valores foram elevados pelo relator em relação aos propostos, a princípio pelo Executivo. Assim, a linha de extrema pobreza sobe de R$ 100 para R$ 105 e a da pobreza, de R$ 200 para R$ 210.
‘A toque de caixa’ – Em contraste ao ritmo de ‘toque de caixa’, empreendido na tramitação da MP, sua ‘irmã mais velha’, a PEC dos Precatórios, passou a ser uma grande incerteza, depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deixou de garantiu a votação da medida, na próxima terça (30).
Principais indicadores
Estados Unidos
Dow Jones Futuro (EUA), -2,11%
S&P 500 Futuro (EUA), -1,72%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,19%
Ásia
Nikkei (Japão), -2,53% (fechado)
Shanghai SE (China), -0,56% (fechado)
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,67% (fechado)
Kospi (Coreia do Sul), -1,47% (fechado)
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -2,8%
Dax (Alemanha), -2,74%
CAC 40 (França), -3,23%
FTSE MIB (Itália), -2,95%
Commodities
Petróleo WTI, -6,38%, a US$ 73,39 o barril
Petróleo Brent, -5,36%, a US$ 77,81 o barril
Minério de ferro, -6,65%, a 575 iuanes ou US$ 89,99 (bolsa de Dalian, China)
Bitcoin
Bitcoin, -3,53% a US$ 55.149,12 (em relação à cotação de 24 horas atrás).
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