Estagflação da economia deve continuar firme em 2022

Enquanto o Executivo alimenta o sonho de reeleição, no ano que vem, o trabalhador brasileiro enfrenta o ‘pior dos mundos’, ante uma economia de baixo crescimento, inflação de dois dígitos e elevado índice de desemprego, inalterado.

Cenário de estagflação – Esse cenário desalentador de estagflação ficou mais ‘nítido’, após a divulgação, pelo IBGE, do recuo de 0,1% do PIB no terceiro trimestre do ano (3T21) – ante o trimestre anterior (2T21) – que reforça a situação de recessão técnica da economia nacional, que deverá perdurar em 2022. Isso sem contar com os 15 milhões de desempregados (podem ser mais) – 12,6% da população economicamente ativa – e a inflação acima de 10% – medida pelo IPCA, o índice oficial.

Recessão desde 2019 – Embora, por princípio, recessão técnica resulte de dois trimestres negativos seguidos, na verdade, ela já estaria presente, desde o início do ano passado, conforme aponta o Comitê de Datação do Ciclo Econômico (Codace), para quem, o desempenho da maioria dos setores ficou aquém do verificado em 2019, antes, portanto, da crise decorrente da pandemia.

Tombo pandêmico – Isso porque, das 12 atividades produtivas medidas pelo IBGE, apenas três (serviços de informação, instituições financeiras e serviços imobiliários) não teriam sido impactadas pela pandemia ou até acusaram crescimento. No paralelo, os segmentos extrativo mineral, de transformação, construção, transportes, outros serviços e administração pública – os mais intensivos na contratação de mão-de-obra – não se recuperaram do tombo pandêmico.

Consumo dá ré – Outro fator relevante, o consumo das famílias e do governo permanecem abaixo do registrado há dois anos. Tradicionalmente, os serviços respondem por porção majoritária da criação de empregos no país, seguidos do comércio (18%); outros serviços (32%) e administração pública (11%).