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IPCA a 10,74%; tapering e precatórios moldam Ibovespa de sexta

Inflação em dois dígitos; fim de injeção bilionária nos EUA e Planalto ‘abre o cofre’ para auxílio eleitoreiro

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Foto divulgação

Em compasso de espera pelos números da inflação e do emprego nos EUA, os índices futuros ianques avançam, nessa sexta-feira (10), enquanto cresce a expectativa do mercado mundial em torno da alegada ‘aceleração’ do ritmo de retirada dos estímulos monetários (tapering) mensais – US$ 120 bilhões – do Federal Reserve (Fed), dando início à alta de juros estadunidenses, com reflexo global.

Ásia em baixa – As bolsas asiáticas, por sua vez, fecharam em baixa, por conta dos temores em relação ao impacto da variante laboratorial ômicron, assim como pela preocupação crescente com relação ao setor imobiliário da China e a possibilidade de calote iminente pela segunda maior incorporadora do país, Evergrande, ‘afogada’ em dívidas da ordem de US$ 300 bilhões.

Europa no vermelho – Também devido ao temor viral, com a chegada do inverno, a Europa amanheceu no vermelho, com o Stoxx 600 recuando 0,3%, puxado pela baixa de 0,9% das ações de tecnologia, a exemplo dos demais setores com resultados negativos.

Dois dígitos (de novo) – No Brasil, o investidor avalia a repercussão do avanço de 0,95% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em novembro – maior para o mês desde 2015, de 1,01% – na comparação com o mês anterior, segundo divulgou, há pouco, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Maior taxa em 18 anos – Apesar de representar ‘forte desaceleração’ diante da alta de 1,25%, em outubro último, o IPCA já acumula avanço de 10,74% nos últimos 12 meses, só perdendo para os 11,02%, registrados em novembro de 2003, isto é, há 18 anos.

Novas despesas – Novo capítulo da novela fiscal foi protagonizado pelo Ministério da Economia, ao solicitar ao Congresso Nacional que incluísse ‘novas despesas’ de R$ 54,6 bilhões ao Orçamento do ano que vem, de modo a ‘garantir’ o jabuti fiscal Auxílio ‘eleitoral’ Brasil. No total, a folga orçamentária somaria de R$ 106 bilhões, montante a ser corrigido automaticamente pela inflação, à revelia da responsabilidade fiscal.

Gastança sem fim – Mas a gastança não para por aí: outros R$ 4,5 bilhões devem ser consumidos na aquisição e distribuição de vacinas e mais R$ 1,9 bilhão para o vale-gás. Ainda assim, a conta não fecha para a equipe econômica, que ainda quer mais R$ 2,6 bilhões para cobrir todos os gastos, enquanto o pleito não chega. Também deverão ficar de fora, despesas relativas a transferências ‘fundo a fundo’; repasses do salário-educação e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Justificativas da pasta – A justificativa da pasta seria a necessidade de ‘atender’ ao aumento de despesas com “benefícios previdenciários, seguro-desemprego, abono salarial, benefícios de prestação continuada e outras despesas obrigatórias”.

Agora pode – No Legislativo, por sua vez, a prioridade é viabilizar a aprovação do chamado ‘orçamento secreto’, ou emendas de deputados e senadores ‘afinados’ com os interesses eleitoreiros do Planalto, concentradas na relatoria da PEC. A princípio suspensas pela ministra do Supremo, Rosa Weber, as emendas do relator foram, depois, liberadas.

Estados liberados – Outra manobra do Senado foi a aprovação de projeto que permite o aumento de gastos, no próximo ano, por estados que renegociaram suas dívidas com a União, mediante o ‘compromisso’ – durante o ano eleitoral – de limitar o crescimento de despesas à inflação do ano anterior, já devidamente ‘excluídas’ dos respectivos tetos estaduais.

Pizza fatiada – No geral, permanece a tensão pré-eleitoral em torno do fatiamento da pizza orçamentária da PEC, que ainda não garante o espaço fiscal ideal que sustente a meta de reeleição do ocupante do Planalto. De acordo com o Executivo, o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil começa a ser feito a partir dessa sexta (10), como prevê Medida Provisória (MP) publicada na terça-feira última (7).

Covid recua (de novo) – No diário da covid, a informação divulgada dá conta de ‘estabilidade’ no número de casos, nos últimos meses, inclusive em patamares muito abaixo do período mais crítico da pandemia, no ano passado.

Petróleo avança e minério cai – No campo das commodities, enquanto o preço do petróleo segue em alta firme, o minério de ferro recua, após acumular alta expressiva nas últimas semanas.

Nova interferência – Novo desserviço ao esforço nacional pela retomada econômica pode ser notado pela insistência presidencial em interferir nos preços dos combustíveis, após o mandatário de plantão anunciar, ‘nova queda nas próximas semanas’, transformando a seriedade dos movimentos de mercado em calendário eleitoral privativo. Essa posição levou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a pedir explicações da Petrobras, colocada em suspeição quanto à possibilidade de manipulação de preços.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, +0,11%.

S&P 500, +0,25%.

Nasdaq, +0,28%.

Ásia

Nikkei (Japão), -1,00% (fechado).

Shanghai SE (China), -0,18% (fechado).

Hang Seng Index (Hong Kong), -1,07% (fechado).

Kospi (Coreia do Sul), -0,64% (fechado).

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), -0,18%.

Dax (Alemanha), -0,31%.

CAC 40 (França), -0,34%.

FTSE MIB (Itália), -0,28%.

Commodities

Petróleo WTI, +0,59%, a US$ 71,37 o barril.

Petróleo Brent, +0,35%, a US$ 74,68, o barril.

Minério de ferro, -0,70%, a 639,50 iuanes ou US$ 100,43 (Bolsa de Dalian – China).

Criptomoedas

Bitcoin, +1,26% a US$ 48.101,62.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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