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Após bater recorde este ano, número de IPOs para 2022 é incerto

Para analistas, condições de mercado não favorecem abertura de capital no próximo ano

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Foto divulgação

Após bater recorde (45) de oferta inicial de ações (IPOs, na sigla em inglês) em 2021, o número de empresas que devem atingir esse objetivo em 2022 deve ser bem mais reduzido, apontam banqueiros de investimento, ao ‘cravarem’ os meses de maio e junho próximos como prazo ideal para novas aberturas de capital.

Fatores relevantes – Para esses grandes players internacionais, a fila de empresas com a pretensão de fazer seu IPO tende a crescer nos próximos meses, em compasso com a evolução de fatores de risco relevantes, como eleições, avanço da inflação e dos juros, no nível interno, como também a elevação dos juros ianques pelo Federal Reserve (Fed), em três vezes (sem percentual predefinido) ao longo do próximo ano, o que mexe com toda a economia mundial.

Fila de 30 empresas – Nessa condição de expectativa se encontram, pelo menos, 30 empresas, motivadas em ‘testar o mercado’, logo nos próximos meses. Exemplo disso são a e-commerce de pneus Cantu Store; a rede de academias Selfit, e a Tambasa Atacadistas, que já encaminharam os respectivos pedidos de análise à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No caso específico da Tambasa, a oferta deve superar R$ 2 bilhões. Igualmente em torno de R$ 2 bilhões seria a oferta constante do pedido, ainda pendente, por parte da Caixa Asset.

Adiamentos para 2022 – Já companhias, como a rede de academias BlueFit, Dori Alimentos e a fabricante de produtos de beleza Coty, anunciaram o adiamento, para o início de 2022 de operações inicialmente previstas para setembro ou outubro deste ano.

Últimos IPOS – Na verdade, as últimas aberturas de capital no país este ano ocorreram na primeira semana de agosto, realizadas pelas empresas Oncoclínicas e da Raízen.

Irresponsabilidade fiscal – Sintomaticamente, quase no mesmo momento em que o governo federal passou a ‘empunhar’ a bandeira da irresponsabilidade fiscal (ao declarar que o teto de gastos, afinal, implodido, não seria respeitado em 2022), os IPOS pararam.

Incerteza predomina – Devido a esses fatores políticos e eleitoreiros, por enquanto, predomina a incerteza, entre os bancos de investimento, de como se comportará a janela de captações no ano próximo, depois que os IPOs minguarem, na reta final deste ano, nos Estados Unidos.

Condições revistas – O resultado desse refluxo foi a necessidade, por parte das empresas, de rever suas condições para a oferta inicial de ações. Exemplo disso, o Nubank, que realizou o maior IPO da América Latina em 2021, ter sido obrigado a reduzir os preços de suas ações, além de recorrer a fundos a fim de garantir demanda para seus papéis, também chamada de ‘ancoragem’, no jargão do mercado.

Ofertas pontuais – O cenário mais provável para 2022, admitem analistas, são os chamados IPOs pontuais, em que predominam ofertas de empresas já listadas; ou ainda follow ons, pelas quais as companhias se capitalizam via emissão de títulos de dívida ou, ainda, em operações privadas, com fundos de private equity.

A vez das debêntures – A expectativa da presidente da UBS no Brasil, Sylvia Coutinho, é de que o próximo ano “seja marcado por incertezas, volatilidade, recuo do volume de transações, em especial, com ações e dívida internacional”, acrescentando, ao mesmo tempo, que o mercado de emissões de debêntures deve ganhar impulso, uma vez que há “muita demanda por dívida local”.

Ciclo eleitoral – No arremate da questão, o presidente do Morgan Stanley, Alessandro Zema, acentua o caráter volátil próprio de um ciclo eleitoral, ao lembrar que a corrida presidencial foi antecipada para os últimos meses do corrente ano, com direito à alta da inflação, repique de Selic (taxa básica de juros) e risco fiscal em decolagem.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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