Bancos
Início de 2022 é marcado por fusões e aquisições de corretoras
Bolsa volátil contribui para elevar concentração do mercado por grandes instituições financeiras
Depois da diversidade, a concentração. Assim pode ser descrito o intenso processo de fusões e aquisições de corretoras – até então, consideradas independentes – nos últimos meses, que vêm sendo disputadas palmo a palmo pelas gigantes do mercado financeiro, Itaú, Bradesco, XP e BTG.
Desafio presente – Uma vez concluídas as transações, o desafio dessas ‘mega instituições’ financeiras é manter a marca das pequenas (mas ágeis) corretoras, no sentido de manter um perfil de atendimento personalizado à clientela.
Exemplos de transações – São exemplos disso aquisição, este mês, pelo Itaú Unibanco, que adquiriu o controle da corretora digital por R$ 650 milhões; a incorporação do banco Modal pela XP, mediante troca de ações, ou ainda a compra de carteira de clientes da Planner pelo BTG Pactual. Nesses últimos casos, os valores envolvidos não foram divulgados.
Movimento deve continuar – De acordo com a analistas, a perspectiva é de que esse movimento se sustente nos próximos meses, uma vez que há mais negociações em curso. Outra explicação para a tendência contracionista de players desse mercado pode ser medida pela extrema volatilidade da renda variável, nesse início de ano, a reboque da alta dos juros (Selic), pilotada pelo Banco Central (BC), o que contribui para atrair investimentos mais conservadores e enfraquecer a operação das corretoras, facilitando sua aquisição.
Grandes grupos – De acordo com dados da B3 (B3SA3), das 49 corretoras certificadas no país, pelo menos 30% delas já pertencem a grandes grupos financeiros – somente o BTG e a XP já respondem por sete marcas.
Origem em 2008 – Semelhante ao ocorrido na década de 90, com os bancos, o processo de concentração das corretoras teve origem em 2008, quando o Bradesco adquiriu a corretora Ágora, quando esta possuía uma participação expressiva no mercado da época, a exemplo do que possui hoje a XP.
Perda de concorrência – “O mercado bancário no Brasil já é bastante concentrado, e estamos vendo um movimento das grandes corretoras na mesma direção. XP, BTG e Nubank têm adquirido empresas menores, diversificado seus portfólios e isso pode provocar, no futuro, um mercado também muito concentrado entre as corretoras”, admite o professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Henrique Castro, para quem “o problema disso seria, para o consumidor, uma perda de concorrência e aumento de preços”.
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