Exterior em recuperação; emprego nos EUA em alta e disparada do petróleo pautam Ibovespa de sexta

Após o tombo monumental da véspera (3) – devido à derrocada de US$ 251,3 bilhões de valuation (valor de mercado) do Meta (Facebook) em apenas um dia – os mercados mundiais ensaiam uma recuperação, após o concorrente Amazon apresentar bons resultados trimestrais, cujos papéis avançaram mais de 15%, sendo seguido pelo Pinterest (+20%) e pelo Snap, que saltaram 59%.

‘Emprego ianque, yeah!’ – Tal reação do setor de tecnologia foi rapidamente captada pelos índices futuros ianques (Dow Jones, +0,10%; S&P 500, +0,51%; Nasdaq, +1,17%) nessa sexta-feira (4), em que o mercado já precifica o aumento de 467 mil vagas nos EUA em janeiro, superando em muito a expectativa inicial, de novos 150 mil postos de trabalho, na maior economia mundial.

Desemprego estável – Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego na terra do Tio Sam subiu pouco, passando de 3,9%, em dezembro último, para 4% no mês passado. O salário médio estadunidense, por seu turno, subiu 0,73% em janeiro, em comparação com o dezembro de 2021, mas cresceu 5,68%, ante janeiro do ano passado.

Aperto vigoroso – Para analistas, os novos dados reforçam a tendência de um aperto monetário mais vigoroso do Federal Reserve (Fed), que poderá elevar a taxa de juros, na próxima reunião da instituição, no mês que vem. O indicador da vitalidade ianque ganha especial importância, depois do frustrante recuo de 301 mil vagas, anterior, apresentado pelo setor privado do país.

Ásia positiva né! – Do outro lado do globo, a reboque da célere reação dos futuros dos EUA, as bolsas asiáticas fecharam no positivo ocidental, a exemplo do avanço de 0,73% do japonês Nikkei; alta forte de 1,57% do sul-coreano Kospi e do ganho excelente 3,24% (a 24.573,29 pontos) obtido pelo Hang Seng Index (após ficar fechado por três sessões seguidas), ante um chinês Shanghai SE inativo, por conta do extenso feriado lunar.

Novo reajuste do BoE – Os destaques da região oriental couberam aos papéis do HSBC, e do Standard Chartered, ambos listados em Hong Kong, que valorizaram 4,99% e 4,83%, respectivamente, reagindo de imediato à decisão do Banco central da Inglaterra (BoE na sigla em inglês) anunciar sua segunda alta de juros (0,5%) consecutiva.

Taxas em linha – No ‘velho continente’, em contraponto, a inflação local (5,1% na Zona do Euro, nos últimos 12 meses) persistente preocupa, o que levou o Banco Central Europeu (BCE) a manter inalteradas suas taxas referenciais de juros, ‘em linha’ com o mercado, mas adotando um tom mais duro no que toca ao aperto monetário, seguindo o exemplo de seus pares centrais.

Retirada abreviada – Reflexo disso, o prazo para encerramento do programa de compra de ativos do BCE agora pode ser reduzido para o terceiro trimestre do ano (3T22), em vez do quarto (4T22). Replicando o recuo da 3% das vendas do varejo na Zona do Euro, em dezembro último, o Stoxx 600 encolhia 1,04% a 463,76 pontos.

Petróleo em disparada – No campo das commodities, a sessão é de disparada do valor do barril de petróleo, negociado nos EUA, que opera acima dos US$ 90, maior patamar em oito anos, com os tipos Brent (+1,60%), e WTI (+1,54%), cotados a US$ 92,51 o barril a US$ 91,71 o barril, respectivamente. No ano, o WTI acumula avanço de quase 20%, após somar ganhos de 50% no ano passado.

Conflito ‘armado’ – Continua repercutindo no comportamento da commodity energética, o anúncio, na quarta (2) da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros grandes produtores (Opep+) – que inclui a beligerante Rússia – de que pretende manter o gradualismo de seu cronograma de elevação gradual da produção (aumento de 400 mil barris por dia previsto para março próximo), enquanto o mundo respira fundo por uma saída diplomática que evite a invasão da ex-União Soviética à nação livre da Ucrânia, já massacrada aos milhões por Stalin, nos anos 30 pela fome e pela violência. Qualquer que seja o desfecho da crise, intencional ou não, o efeito de lucrar com a escalada do petróleo já foi atingido.

Refinado 62% avança 4,26% – Como nos dias anteriores, o minério de ferro permanece inalterado na cotação de US$ 146,78 a tonelada, devido ao feriado chinês. O tipo refinado 62% Fe CFR Futuros, por sua vez, avançava 4,26% hoje (4) a 145,95 pontos.

Bitcoin reage – Sensível ao retrocesso das ações de tecnologia da PayPal e Meta (que levou, junto, o Nasdaq ontem (3), o Bitcoin (BTC) esboça reação, sendo negociado na faixa dos US$ 38 mil.

Mandatário e xerife – Na terra brazuca, é dia do mandatário de plantão se encontrar com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, investidor offshore isento, que deverá fornecer detalhes de como combater a inflação ‘somente’ com elevação da taxa de juros, no caso a Selic, já em dois dígitos (10,75% ao ano) rumo aos 12% ao ano, o que não serve como material de campanha…

Vai faltar dinheiro – Enquanto isso, no Congresso, o deputado Christiano Aureo (PP-RJ), do bloco governista, apresentou, na quinta (3), nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê zeragem total dos tributos incidentes sobre os combustíveis e o gás, aplicável à União, estados e municípios. Com tanta isenção, vamos ver como fica a arrecadação depois da eleição, pois não?

Principais indicadores

Estados Unidos

Dow Jones, +0,10%.

S&P 500, +0,51%.

Nasdaq, +1,17%.

Ásia

Shanghai SE (China), não abriu.

Nikkei (Japão), +0,73% (fechado).

Hang Seng Index (Hong Kong), +0,34% (fechado).

Kospi (Coreia do Sul), +1,57%.

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,45%.

DAX (Alemanha), -0,80%.

CAC 40 (França), -0,27%.

FTSE MIB (Itália), -0,86%.

Commodities

Petróleo WTI, +1,60%, a US$ 91,71 o barril.

Petróleo Brent, +1,54%, a US$ 92,51 o barril.

Minério de ferro, cotação US$ 146,78 a tonelada inalterada, devido ao feriado chinês.

Criptomoedas

Bitcoin, +4,4%, a US$ 37.958,86.